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Leandro & Leonardo LEONARDO nº 161 – 15 novembro 2013 redação e produção: Vera Marchisiello distribuição gratuita por e-mail faça sua inscrição vmllena@terra.com.br |
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Que nome é esse, dono desse olhar transparente, que arrasta multidões por quilômetros e quilômetros
e que também tem o poder de nos prender em casa por horas a fio, até madrugada adentro, frente à televisão para vê-lo, não importando se tínhamos outros compromissos? Esse é nosso tão amado Leo, Leonardo, o irmão do Leandro, o filho do casal Carmen e Avelino, pai de novos talentos, aquele que teria tudo para se posicionar como um grande ídolo, intocável, distante, talvez até com a conhecida máscara daqueles que, famosos, tentam vender a imagem de uma simplicidade que jamais tiveram... Mas o nosso Leo, longe de máscaras, nos cativou e mais cativa a cada dia exatamente por ser tão verdadeiramente simples. |
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Mais uma vez essa verdade
pôde ser comprovada nas três tardes de autógrafos em que ele recebeu fãs, famosos ou não, para com carinho autografar sua biografia "Não aprendi dizer adeus". |
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Como é bom mais uma vez constatar a inteligência e sensibilidade de
Leonardo!
Interessante sua observação: "Maravilhoso esse povo que me segue, não só na música mas na história." Sim, com
uma carreira de sucesso, uma voz maravilhosa e única, carismático, um jeito de menino ao mesmo tempo com ar de chefe de família, pai carinhoso e agregador, filho exemplar, nos momentos de
grande sofrimento um ser tão frágil que o povo todo tentou lhe dar colinho, não dá mesmo para seus fãs serem apaixonados apenas por sua música. Acabamos todos, cada um do seu jeito e dentro
de suas possibilidades, querendo fazer parte da sua história, seja o seguindo nos shows, seja através de dedicados blogs e sites, e até mesmo por palavras escritas ou faladas.
Leonardo
é, sem dúvida, o artista que mais cativou jornalistas, radialistas e apresentadores de TV. Comprovamos essa unanimidade no dia 09.11.2013.
A primeira hora do programa foi dedicada exclusivamente a
Leonardo,
sem intervalo comercial. Incrível! De início, o assunto do momento, sua biografia, naquela data já com a surpreendente (nem tanto!) marca de cem mil cópias vendidas:
MM* Como foi para você esse processo de relembrar toda a história de sua vida? Leo* Confesso que teve momentos sofridos, porque tive que relembrar muita coisa que hoje a gente corre para não lembrar, foge, porque tem passagens muito bonitas, muito alegres, mas tem passagens muito sofridas. Depois que o livro saiu e eu fui ler, sozinho, eu juro que, mesmo sendo uma história minha, do meu irmão e familiares, eu me emocionei bastante. E olhe que eu não sou fácil de emocionar, não, cara! São histórias verídicas, simples, de um cara que sai da roça, plantador de tomate com muito respeito, para viver tudo isso agora.
O programa atingiu o primeiro lugar de audiência no horário, bem à frente dos índices das demais emissoras. Muita música, algumas brincadeiras que fazem parte do perfil do programa,
Leo
se enquadrando em tudo, sempre alegre com seus comentários inteligentes e rápidos. Muito observador, decifrou a mímica do personagem Mionzinho para seu sucesso "Temporal de amor".
E ainda justificou repetindo os gestos.
Fomos então premiados com a música inteira só com uma basezinha da banda. Esse seu embarcar em todas as brincadeiras com total espontaneidade e alegria é uma de suas mais deliciosas
características. Vê-lo feliz, sorriso aberto, olhos verdes brilhantes é muito bom mas também gosto demais quando
Leonardo
é levado a falar sério, não necessariamente sobre assuntos tristes. Ele sempre fala com uma argumentação muito direta e sábia.
No quadro "Baú do Leonardo" o vimos ir de um extremo a outro, das brincadeiras com boas risadas à tristeza ao falar do irmão
Leandro.
O mesmo
Leonardo
que minutos antes fez trocadilhos como "lipotranspiração" e "vai idoso" quando perguntado se é vaidoso, não conseguiu segurar o choro quando a proposta foi falar sobre o
último trabalho da dupla
L&L,
o CD "Um Sonhador". A palavra "último" logo o derrubou: "Essa palavra último é uma coisa muito doída". Não conseguiu mais falar. Tentava sem conseguir até que, toalhinha no rosto,
reencontrou um pouco a voz: "Esse trabalho aí ele não chegou a ver. Logo depois desse disco, ele já ficou doente. Quando foi lançado, ele já havia morrido. Musicalmente falando, foi uma
bela despedida dele, porque o conteúdo desse disco é muito bom."
Novamente não conseguiu mais falar, carinha de agonia olhando para os fãs que o aplaudiam. A emoção o dominava e não só a ele. Público e até músico de sua banda não conseguiam segurar
as lágrimas. Guerreiro como sempre, ganhou forças, embalou e relembrou muito daquela fase tão difícil, fechando com uma sofrida confissão: "O Leandro está sempre comigo, nas minhas coisas,
e presente nas minhas decisões. É sempre ele que decide tudo pra mim."
O abraço consolador de Marcos Mion e sua sugestão de que cantasse uma música do disco o animou um pouco. "Vamos cantar, vamos cantar, né? Larga a tristeza pra lá e vamos cantar,
botar alegria." Mas estava difícil até mesmo entender o que
Leonardo
falava e o apresentador buscou um tempo: "Uma salva de palmas para esse homem que é um guerreiro, um vencedor, uma inspiração para todo mundo, e que eu tenho muito orgulho, mesmo, de estar
recebendo hoje aqui no palco e de você se sentir à vontade para dividir essa emoção comigo e com todo o Brasil."
Leo
ainda tentou se desculpar. De quê? De quê!
Não sei onde
Leonardo
encontra força nesses momentos em que é apenas um homem sofrido mas que, famoso e tão querido, tem em cima dele câmeras de televisão e lentes ávidas por registrar tudo.
Pensando melhor, acho que até desconfio de onde vem tamanha força para enfrentar tudo isso. Vem dele mesmo, de sua essência, acrescida dos ensinamentos da vida dura no campo, de um pai que
enfrentou as provações da pobreza e construiu uma família solidamente unida pelo amor. Sua mãe, uma fortaleza que hoje, aos 78 anos de idade, com muita dedicação conduz a obra assistencial
Casa de Apoio São Luiz, foi seu porto seguro quando o irmão partiu. Toda a família, que a partir daquele momento
Leo
sentiu e entendeu como de sua responsabilidade, foi novamente seu suporte quando do terrível acidente há exatamente dez anos atrás (17.11.2003) próximo a Jussara, que resultou na morte de
seu grande amigo e compadre 'Tatão'. Quando em 2012 seu filho
Pdro Leonardo
chegou a ser dado como se despedindo de nós, todos puderam ver um
Pdro Leonardo
forte como um touro tomando decisões difíceis, assumindo para si o risco de toda e qualquer crítica se algo desse errado, firme, humilde no pedido de orações, coração esmigalhado, com
certeza e todo direito, mas, ainda assim, lutando em cima de um palco para cumprir suas obrigações profissionais. Por isso é que quando o vejo assim fragilizado ao ter que falar do irmão Leandro, de quem não pode nem quer esquecer, entendo que na verdade estou vendo alguém com uma força rara. Neste momento me lembro de um comentário entre dois fotógrafos no show de 28.11.2003, onze dias após a capotagem em Jussara: - Que força a desse rapaz, 'meu'! Ainda está cheio de dor, mas toca em frente! - Nada a ver com outros aí, cheios de frescura! Essa reconhecida força de Pdro Leonardo e de sua família é o que os fez conseguir levar à frente o pedido de Leandro. Criaram e trabalham para manter cada dia melhor a Casa de Apoio São Luiz. Pelo exemplo de superação que deram ao nosso povo, hoje têm à sua volta uma legião de amigos e de pessoas sensíveis à causa que se tornaram doadores, arcando assim com parte do que é necessário para a manutenção de uma obra assistencial que hoje já se pode dizer ser de grande dimensão. No último dia 13 foi realizado o 13º Leilão de Doações em prol da Casa de Apoio São Luiz. Um sucesso de arrecadação que com certeza ajudará em muito nas despesas e na cada vez melhor qualidade de atendimento aos doentes que tanto necessitam e que lá encontram, gratuitamente, quarto individual com direito a um acompanhante, alimentação, transporte para o tratamento médico ambulatorial a que são submetidos, tratamento dentário, terapia ocupacional, escolinha e brinquedoteca para as crianças ali assistidas. Tudo isso cercado de uma dedicação carinhosa que é muito difícil explicar vindo de uma família que teria tudo para querer viver alheia ou pelo menos bem distante de portadores dessa doença terrível que lhes tirou e levou Leandro. |