jornal
virtualLeandro &
LeonardoLEONARDO
nº 163 – 15 janeiro 2014
redação e produção:
Vera Marchisiello
distribuição gratuita por e-mail faça sua inscrição
vmllena@terra.com.br
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Eu não estava atravessando um dezembro como gostaria, muito menos como havia sonhado.
A viagem à Goiânia para assistir à gravação do próximo DVD de
Leonardo,
marca de uma vitória, o "30 Anos de Carreira",
havia sido frustrada por uma conjuntivite especialmente detestável.
No dia 15 - tinha que ser num dia 15! - veio uma esperança, melhor dizer certeza,
de que eu teria uma grande alegria.
Foi quando fiquei sabendo que estava a caminho, pelos Correios,
um presente vindo lá de Goiânia, dessa minha tão amada
família Costa.
O que eu não podia mesmo imaginar é o tamanho dessa alegria!
O que eu não podia mesmo imaginar era tamanha grandeza do coração desse
Leonardo,
tão amado não à toa.
Não vou dizer mais nada pois a imagem desse autógrafo tão especial já diz tudo.
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Não é que
Leonardo
autografou um livro para mim? Que presentaço!
Meu Deus, será que mereço tudo isso?
E por difícil que seja acreditar, ainda vieram mais algumas peças
que sempre me deixam encantada.
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Logo vou publicá-las no site
N
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e
D
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A
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o
r
para que todos possam também conhecer um pouco mais desse mundo maravilhoso que, afinal,
é consequência do sucesso da carreira de
Leandro
&
Leonardo.
Vendo tudo isso, a importância da Casa de Apoio São Luiz, o incrível CD "Avelino e Carmem, Filhos e Amigos" agora disponível para quem quiser comprar e assim ajudar essa obra
magnífica a cumprir sua missão de socorrer tantas e tantas famílias abaladas por essa doença cruel que é o câncer, vendo também o caçulinha de
Leonardo,
João Guilherme,
na capa do DVD do filme que protagonizou, "Meu pé de laranja lima", comprovo o quanto o tal do tempo vai mudando nossa vida, algumas vezes pouco a pouco, de uma forma um tanto linear,
já em outros casos de forma absolutamente inesperada. Foi assim com
Leandro
e mais ainda com
Leonardo,
que depois de ter saído com muita coragem daquela vidinha em Goianápolis para junto com o irmão se tornar não só um sucesso estrondoso, mas um verdadeiro fenômeno musical, se viu sozinho
tendo que criar uma carreira como cantor solo.
Agora ele chega a um momento de transição esperada, talvez não por nós, fãs, mas um momento de tomada de decisão que não podemos dizer jamais esperada. Aos 50 anos de idade e 30 de carreira,
Leo
se vê agora querendo cuidar da carreira de mais um filho cantor, que dá os primeiros passos nessa estrada que ele conhece tão bem.
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"Eu tenho meu pai como um ídolo,
não só na música
mas como pessoa.
Um ídolo
no geral."
José Felipe,
em "Viva o Sucesso"
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Os filhos cresceram e ele não conseguiu acompanhá-los no dia-a-dia como com certeza gostaria. O tempo não volta atrás, isto é certo, mas sempre pode haver uma tentativa de mudar um pouco o
rumo da história e tentar ter mais tempo para a família. Não só para a família, mas também para si mesmo. Tenho certeza de que
Leonardo
não deixará de cantar. Jamais. Não suportaria, seria abandonar o que sempre fez na vida. Mas ele tem deixado bem claro que sente falta de usufruir mais de tudo que construiu, de uma
convivência mais estreita com sua família, com tantos amigos, de estar mais perto de
Poliana,
de curtir sua casa linda naquele condomínio aconchegante onde na verdade tem passado poucos dias a cada ano.
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Em dezembro passado,
Leo
gravou para o "Viva o Sucesso" que foi ao ar no dia 28. Uma matéria emocionante, com bonitos depoimentos, que decidi transcrever aqui. Imagens muito bonitas, mostraram aquele
Leonardo
simples como ele gosta de ser e de conversar.
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"Meu pai é um homem vitorioso,
um lutador,
um guerreiro.
Me espelho demais nele,
graças a Deus."
Pedro Leonardo
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Eu adquiri um conhecimento muito grande através da música, então, se não tivesse tido êxito no que eu faço que é cantar, com certeza eu não conheceria nada, mal ia conhecer de Goianápolis
até aqui, Goiânia.
Quando eu era criança, imaginava que seria plantador de tomate igual meu pai, e com muito orgulho. O que eu menos imaginava é que eu seria cantor de música sertaneja, mesmo meu pai sendo
violeiro. Eu não tinha dom pra coisa. Comecei a cantar com 18 anos de idade.
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"Quando ele era pequenininho,
eu nunca pensava que ele ia ser um artista.
Eu pensava que ele ia crescer,
ia virar um homem e lá em Goianápolis mesmo
ia casar e ter uma família.
Mas aconteceu diferente.
Agradeço muito a Deus por isso."
Carmen Divina Costa
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Com uns 15 anos, Leandro deixou a gente na roça e foi para uma cidade também do interior de Goiás tentar a vida como cantor de uma banda chamada Os Dominantes. Ele foi ser backvocal
dessa banda. Acabou que eu fui gostando daquilo também, de ver ele galgando... Eu adentrei na música puxado pelo Leandro.
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Em Goiás tinha muitas duplas sertanejas que eram top de linha, e a gente, com a cara e a coragem, sem um pingo de vergonha na cara, veio chegando. Ouvimos muitas coisas, tipo
"vocês dois podem ir plantar tomate de novo, vocês não vão pra lugar nenhum, não, porque vocês são apenas dois meninos bem branquinhos, bonitinhos, de olhos claros. Mas aí pegamos
aquilo por birra. Voltar a plantar tomate eu não vou mais. Eu vou cantar, vou sobreviver da música. Na roça a gente ganhava o equivalente a dois salários mínimos. De repente, cantando
na noite aqui, a gente tirava doze salários mínimos cada um por mês. para mim já era o bastante para sobreviver! Estava bom demais! Passamos por uns momentos difíceis, uns perrengues
meio lascados. energia cortada, aluguel atrasado, o desgraçado do bujão de gás acabando na hora que não pode, quando o arroz estava quase acabando de cozinhar... Aí você é obrigado a
comer o arroz duro!
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A gente estourou com a música chamada "Solidão". Gravamos outra música, chamada "Entre tapas e beijos", e no segundo mês do trabalho dessa música a gravadora fechou. "Muito obrigado
pelo trabalho prestado, mas a gravadora veio a fechar e não sei o quê, não sei o quê..." largando a gente desempregado do nada. Eu já achando que ia comer um filé mignonzinho assim e o
trem voltou tudo pro zero. Agora acabou mesmo, agora vou largar mão desse trem e vou voltar a plantar lavoura, pensei.
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Aí recebemos um telefonema da Continental: "Olha, nós pegamos o 'cast' da gravadora 3M e vocês são prioridade pra nós. Queremos trabalhar vocês, não sei o quê..." É mesmo? "Olha,
tem uma música de vocês que está estourada aqui (em São Paulo). Entre tapas e beijos está estourada no Brasil inteiro." Assim, do nada, do inferno nós fomos lá pra redenção!
Disseram: "Olha aí, vocês se preparem porque vocês vão fazer o Globo de Ouro." "Globo de Ouro? Programa topíssimo. Devem estar ligando pro cantor errado! Aí o pessoal da Globo pediu
o nosso tape, aquelas fitonas, para remixar a música porque o som estava muito ruim. Não podia tirar o tape da gravadora porque estávamos vendendo 20 mil discos, na época do vinil,
por dia. Então não podia tirar a matriz da fábrica. A gente não sabia desse sucesso todo, não. Mas aí fomos pro Globo de Ouro e fizemos ao vivo. Foi daí desse Globo de Ouro pra cá que
eu senti o bicho pegar mesmo, que a gente deslanchou de novo no cenário musical.
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Custei muito a acostumar com aquilo,
mas quando a gente viu que aquilo era uma verdade,
que estava acontecendo,
a gente foi relaxando, acostumando, né?
A gente fica feliz porque já são 30 anos de carreira.
Carmen Divina Costa
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E ainda mais, pra concretizar esse sucesso, veio o contrato com a Rede Globo para fazermos uma Terça Nobre Especial Leandro & Leonardo, depois da novela. Então, acho que foi ali o 'boom'
da música sertaneja, foi quando a gente sentiu que estava firme na batalha e no cenário da música sertaneja.
A gente está sujeito a acontecer qualquer coisa com qualquer um de nós, mas com aquela alegria que ele (Leandro) vivia, com aquele sorriso sempre, a gente não podia jamais imaginar que fosse
tão rápido. Descobrimos que o Leandro estava doente e em 60 dias ele veio a falecer. Eu fiquei realmente sem chão. Foi um apoio realmente muito grande que eu tive da minha família, dos meus
amigos e do povo brasileiro de modo geral.
Deus me deu garra. Sabia que seria difícil a retomada, mas trabalhar era preciso, cantar era preciso. Os primeiros shows foram muito difíceis. Até hoje a gente sente, falta o outro lado da
moeda. Mas eu acabo pensando que o povo que vem aqui, com carinho e lembrando do meu irmão com muito amor, com certeza é a segunda voz que o meu irmão faria pra mim.
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Quando me disseram que meu filho Pedro havia sofrido um acidente, eu pensei logo no melhor; não pensei no pior. Ah, um moleque grande demais, muito forte, não deve ter acontecido nada.
Vou ligar pra ver. Aí veio outra notícia: "Não, o negócio com seu filho foi gravíssimo." Aí é que caiu aquela ficha. O que é que eu vou fazer? Aí você esquece de tudo, esquece carreira,
esquece de tudo e mergulha no problema. É entregar nas mãos de Deus, nas mãos dos médicos e de Deus. Mas ele está aí, está de volta, tranquilo aí e querendo trabalhar. Isso é um milagre,
cara!
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Ser filho do Leonardo é bom demais!
É uma sensação única saber
que meu pai é amado pelo Brasil todo.
Por todo o mundo tem gente que ama o meu pai!
Muito bom!
É muito gostoso saber
que ele é uma pessoa assim
e saber que saí dele.
É bom demais!
Pedro Leonardo
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Eu sempre amei
demais cantar.
O que eu quero
para a minha vida
é cantar
e fazer pelo menos um pouquinho
do sucesso
que ele faz.
José Felipe
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Sucesso é muito bom. Eu vim de Goianápolis, uma cidade muito simples, com um povo muito simples, o sucesso me ajudou a ter um conhecimento cultural muito grande.
Hoje eu corto muitas coisas. A Ede Cury, que é minha assessora, coitada, está lascada comigo. Eu já falei pra ela: a partir desta entrevista para o Viva você já está de férias;
pode voltar só depois do carnaval. Não quero nem te ver mais! Aí ela diz vamos fazer isso, vamos fazer aquilo... Não, Ede, pelo amor de Deus, o que é que o povo quer comigo? O povo
não quer nem mais me ver! Deixa eu em paz! Vai pegar esses meninos novos aí pra mostrar, eu não! Eu acho é que eu já apareci demais. Outro dia eu fui no shopping ali para comprar uma
camiseta e um short. Ah, vou botar um boné, óculos, uma camisona, um tênis, e vou no shopping, de boa... Quando eu entrei, assim, na loja, pensei: graças a Deus ninguém me reconheceu
aqui. Beleza! Aí veio uma menina e falou assim: "Se eu fosse você eu tirava esses óculos e esse boné. Está ridículo! Quando você falou se tinha uma camiseta para te mostrar, essa sua
voz de taquara rachada já te entregou."
Eu acho que com esses 30 anos de carreira, 50 de idade, está na hora de pensar em tirar o pé do acelerador. Ah, curtir mais a vida, a família, porque daqui a pouquinho vai para 60...
aí não adianta mais! Falam que ter 50 anos já é ter uma vasta experiência. Pra mim, experiência é uma lanterna acesa nas costas que ilumina só o passado. O que é que eu quero com
isso? Então, é procurar viver mais um pouco, viajar, conhecer o mundo.
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Seja qual for sua decisão, para mim o que importa é que
Leonardo
seja feliz!
Sei que sempre será a decisão certa.
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