EM NOME DO AMOR

jornal virtual
Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 165 – 15 março 2014
redação e produção: Vera Marchisiello
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vmllena@terra.com.br







Não resta dúvida de que a internet, com sua velocidade de comunicação inimaginável há alguns anos atrás, é uma fonte inesgotável de informação e um meio de comunicação incomparável. Nesse mundo em que hoje vivemos sendo filmados sem saber, por incrível que pareça ainda há famosos que se consideram donos de suas imagens, para não dizer de suas histórias e até de seus passos. O tal direito à privacidade é questionado. Se um cidadão famoso não quer ser fotografado por um paparazzo ou filmado por algum admirador, se chega algumas vezes a ameaçar e até agredir esses que considera invasores de sua privacidade, em outro momento esse mesmo famoso agradece a existência daquelas câmeras de rua e de prédios que, por existirem e o terem filmado, permitiram a identificação dos assaltantes que o abordaram e roubaram seu carro.

Enquanto isso em Goiânia... Pois é, enquanto isso, um cantor goiano, "gente simples demais da conta", aquele que é muito famoso há mais duas décadas, aquele que há trinta anos passou a se chamar Leonardo sem perder a simplicidade do Emival Eterno da Costa, sabendo que a filmagem daquela conversa iria para a internet e que teria milhões de acessos, sem pensar em nada de privacidade, no domingo anterior ao show para gravação do seu DVD comemorativo desses trinta anos de sucesso, foi visitar amigos num estúdio onde no início da carreira ensaiou com seu irmão Leandro.



Quanto carinho verdadeiro, quanta simplicidade nas palavras e nos gestos, quantas histórias gostosas de se ouvir porque contadas de forma totalmente desprendida de qualquer preocupação com privacidade, mesmo que sejam fatos do início da carreira de um artista hoje tão famoso como Leonardo! A verdade é que muitos prefeririam omitir o quanto precisaram e receberam ajuda. Mas Leonardo é Leonardo, pura transparência, pura gratidão, pura verdade! Em conversa com os empresários Olemir Cãndido e Wagner Felipe, no Estúdio Olemix Áudio Design, Leonardo viajou pelo início da carreira, quando a dupla Leandro & Leonardo começava a conhecer o sucesso em meio à muita luta.

*** - Leonardo, você ouviu aquele ensaio que você fez na minha casa em mil novecentos e qualquer coisa?
LEO - Não vamos falar cata nenhuma, se não o pessoal vai achar que a gente está ficando velho!

*** - O que você achou de ouvir sua voz bem menininho?
LEO - Naquela época eu já tinha uns 23 ou 24 anos de idade. Eu comecei a cantar já com 20 anos, mas eu te confesso que foi uma surpresa, porque foi gravado um ensaio. Você gravou, e a gente, eu, o Leandro, a nossa banda, que estava sendo formada ainda, e um repertório já promissor. Quando eu cantei na sua casa, ninguém sabia que ia virar aquele estouro. Era um disco novo, que tinha acabado de sair, e a gente estava ensaiando para ir pra estrada. Então, "Entre tapas e beijos", "Quem será essa mulher", "É por você que eu canto", "Quebra esse gelo"... Ninguém imaginava. Creio eu que daí, depois da gravação na sua casa, dali a uns 5 meses, já virou um estouro e foi para o Brasil afora. Quando esse disco estourou, eu e o Leandro estávamos sem gravadora, porque a gente era da 3M e a gravadora fechou. Não é que mandaram a gente embora. É que eles dispensaram o 'cast' todinho. E do nada estourou "Entre tapas e beijos", que já estava com o disco nas rádios.


*** - Foi a época em que o Brasil começou a aceitar o sertanejo de uma forma maciça, não é?
LEO - Um sertanejo moderno. Porque eu e o Leandro vínhamos cantando na noite, como Milionário & José Rico, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, e de repente apareceu "Entre tapas e beijos".Eu falo que é a mesma coisa de hoje. É como a gente ouvir Jorge & Mateus, o próprio Gustavo Lima, João Bosco & Vinícius. Eles vieram com uma nova proposta para a música sertaneja, uma música nova, uma levada nova, mais dançante, que eles chamam de sertanejo universitário. Naquela época eles falavam que a música minha e do Leandro não era música sertaneja. "Entre tapas e beijos", "Pense em mim", "Desculpe, mas eu vou chorar", "Não olhe assim", nada disso era música sertaneja. Por que? Porque a gente estava cantando só guaranhas, rasquiado, polka paraguaia, rancheira... De repente viemos nós com a balada "Entre tapas e beijos". Que isso, cara? Aí deu no que deu. então, por isso a gente tem que tirar o chapéu pra essa meninada nova que está fazendo bonito da música sertaneja, porque nós tivemos a nossa época, nós, Zezé, João Paulo & Daniel... Teve Chitãozinho & Xororó, João Mineiro & Marciano, Trio Parada dura, Milionário & José rico... Foi outra turma. Depois veio a nossa e agora... Bruno & Marrone, acho que foram os precursores dessa levada universitária. Eles gravaram aquele programa de rádio lá em Uberlândia e dali...

*** - Muita gente não sabe, mas foi gravado com esse violão aqui.


*** - Eu me sinto privilegiado. Além de vocês, no início, naquele período, ensaiaram também o João Neto & Frederico, ainda crianças.
LEO - Ah, tá!

*** - No Programa do Ratinho até passou a primeira apresentação deles.
LEO - Eu vi, eu vi!

*** - Foi lá nesse meu estúdio. Então, eu acompanhei os dois por muito tempo. Quantas vezes eles estiveram ali ensaiando com a gente! Depois deram uma desaparecida. Eu até parei um pouco com a banda também.
LEO - Foi a fase de crescimento deles, musicalmente falando também.

*** - Passaram por ali, e hoje estão aí embalados, Bruno & Marrone também. Todo sábado estavam os dois na minha casa. Há muito tempo eu não encontro o Marrone. Quero ter o privilégio de encontrar.
LEO - O Marrone chega sempre atrasado!


*** - Eu tenho prazer, Leonardo, de comentar isso aí. É claro que eu não contribuí, mas de uma forma ou de outra, dadas as dificuldades que todos tinham, todos nós, vocês também... Então é um privilégio muito grande, viu, neguinho, essa turma toda ter passado por aqui pela minha casa. Realmente é prazeroso. E outras duplas passaram, duplas goianas que não sobressaíram. Foi um privilégio muito grande.
LEO - O privilégio é nosso, meu, e agradeço muito a você.

*** - Espero que essas reuniões nossas continuem, mas a gente reconhece que o seu mundo de hoje é diferente, como o meu é contabilidade, mas gosto muito da música. Nós, goianos, meu caro, somos assim, demais. Essa coisa nossa de gostar de estar junto, reunido... É nosso jeito. Eu me sinto muito privilegiado por te encontrar com essa saúde toda, né? Espero que tenha uma longa vida pela frente!
LEO - Nós todos!

*** - E confesso mais: toda a sua discografia está lá na minha estante. E toda coletânea que eu faço eu gosto de mesclar Leandro & Leonardo com Leonardo. LEO - Eu, como um bom goiano que sou, agradeço muito por seu estúdio. Já gravei outras coisas aqui. Hoje mesmo gravamos.

*** - Leonardo, eu te agradeço demais. Muito obrigado mesmo.
LEO - Fica com Deus!

E assim, mais uma vez, a forma simples de levar
a vida do nosso Leo me encantou.
Demonstrou carinho pelo amigo, apertando seu pé, seu tênis!
E como por mais que tentemos levar a vida de forma simples,
algumas coisas às vezes a tornam complicada e dificultam nossos passos,
aproveito aqui para mais uma vez agradecer
à minha "mãezinha do coração"
Carmem Divina Costa
pelas bonitas palavras de Fé, muita Fé, que dela acabei de ouvir.


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