Leo *
A gente está aí pelo Brasil afora fazendo muitos shows, trabalhando, e hoje aqui, no Dia do Bem, podendo
voltar à Goiânia, curtir esse povo gostoso, maravilhoso, que sempre me deu essa força. Hoje eu sou o que sou graças
ao meu querido Estado de Goiás, que sempre me deu esse carinho especial. E hoje, aqui, feliz com a minha mãe...
DC *
Estou bem, graças a Deus, estou feliz hoje porque a gente está vendo essa
multidão de gente ...
Leo *
Está feliz de ver o Eduardo Costa, não é mãe?
DC *
E de ver você também, meu filho. Muito obrigada.
Leo *
Você me vê todo dia.
DC *
Todo dia nada... Ruim, ehn...
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Como eu disse, hoje estou me sentindo uma colcha de retalhos, tantos são os assuntos que brotam em minha mente insistindo
em vir para o teclado. Mas como também disse no início deste número, não é sobre todos os temas que devo comentar. Então
vou fazendo uma rápida seleção dos retalhos do meu pensamento. Aí cheguei à participação de
Leonardo
no programa
“Toda Sexta”,
que foi ao ar no dia 23 de outubro, em que pudemos vê-lo não só cantando mas também numa conversa amiga com a
apresentadora
Adriane Galisteu:
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AG * Estou com sua vida aqui nestas fichas. Estou sabendo que você resolveu
pilotar aqui em São Paulo.
Leo * Sou muito ruim para dirigir.
AG * É prego, é?
Leo * Ruim demais, roda dura. Prefiro deixar em outras mãos.
AG * Em compensação, para bater bola eu sei que você é bom e
também para pescar.
Leo * Na pelota eu sou bom, na pesaria também sou muito bom. E
em “otras cositas”.
AG * Eu sei que tem um show muito especial para você, que vai acontecer
no dia 29 de outubro, lá em Goiânia, para a Casa de Apoio São Luiz.
Leo * Um show beneficente, eu e o Eduardo Costa, que está aí estourado no Brasil inteiro. Vamos fazer esse show para
a Casa de Apoio São Luiz. Minha mãe é que toma conta de tudo lá, com minhas irmãs. Ela é a fundadora.
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Em clima de pescaria, em que
Leonardo
pescava peixinhos de plástico e deveria identificá-los, a conversa entre amigos continuou. A cada peixe que ele,
sempre, rapidamente pescava, quase sempre vinha um erro.
Leonardo
deixou claro que é craque em pescaria lá pelo Pantanal, sempre nos rios, em água doce. Mas se ele errava na identificação
dos peixes de água salgada, acertava em cheio nos comentários sobre afirmações que havia feito anteriormente e que a
produção ia exibindo num enorme “led” armado no estúdio. E assim ele foi deixando os fãs cada vez mais encantados por
ele, sem dúvida. Confesso que não esperava um momento tão bom no programa. Gostei tanto que selecionei alguns trechos:
AG * Além das pescarias, onde mais você se sente relax, sem se preocupar com o que vai
dizer, com o que vai vestir?
Leo * Lá na minha casa em Goiânia. Lá encontro meus amigos de futebol e minha família, aí a gente
se reúne naquele dia de folga. Minhas folgas são segunda, terça e quanta. Nem todas.
AG * Essa declaração no “led” é verdadeira?
SEMPRE ESCUTO A SOMBRA DE UMA SEGUNDA VOZ NO PÉ DO MEU OUVIDO.
Leo * É verdade. Não é sempre. Principalmente na música “Mano”. E um dia o Marrone, da dupla com o
Bruno, estava voltando de carro para Goiânia e tocou essa música na madrugada. Ele disse que ouviu uma segunda voz,
muito bonita na música. Aí no dia seguinte ele me ligou querendo saber quem havia feito aquela segunda voz ou se
tinha sido eu mesmo. Aí eu disse: Não, não tem segunda voz, não. Eu não fiz, ninguém fez. Aí ele disse que tinha
ouvido e que tinha uma segunda voz. Não, eu não pus essa segunda voz.
AG * Vá explicar! Que você acredita em Deus eu sei. Que é religioso eu também sei. Mas você acha
que existe vida após a morte e que eles estão por aí olhando pela gente, que isso tudo é bem possível
de estar acontecendo?
Leo * Com certeza. Eu acho que ele está aí pertinho da gente, cuidando da gente.
Às vezes eu sinto assim.
AG * De vez em quando eu também sinto assim. Você é muito ligado em
energia, não é?
Leo * Claro! Às vezes a gente está deitado assim e sente a cama afundar como
se alguém sentasse ao lado.
AG * Dá nervoso. Eu não sei se tenho medo ou se eu gosto.
Leo * Eu não tenho medo. Eu falo: Pode falar o que quiser. Diga pra que
veio.
AG * Tomara que seja conhecido.
Leo * Se não for, a gente faz amizade logo!
AG * Você já saiu com alguma fã?
Leo * Sair que você fala é pegar? Não. Nada contra, mas eu nunca peguei.
NÃO VOU DIZER QUE MEU CORAÇÃO NÃO É BANDIDO
PORQUE TODO CORAÇÃO DÁ UMA PISADA NA BOLA.
Leo * Eu falei isso? Essa língua que não cabe dentro da boca!
AG * Você acha mesmo que o coração é bandido e que a carne às vezes é fraca e a gente
acaba pisando na bola sem querer?
Leo * Todo ser humano é assim.
AG * O homem, não é?
Leo * A mulher também.
AG * Hoje em dia. Mas o homem consegue separar amor de sexo. É verdade
ou mentira?
Leo * Verdade.
AG * Mulher não consegue. Hoje em dia já está conseguindo. A gente teve que
aprender. Você já deve ter traído e deve ter sido bastante traído. Você acredita que o coração prega peças mesmo?
Leo * Com certeza.
AG * Às vezes ele faz você abrir mão de um grande amor por uma doideira e
quando cai a ficha... meu Deus!
Leo * Já quase aconteceu isso comigo. Graças a Deus, só quase.
AG * Se você pudesse resumir o casamento em uma palavra: Paciência, Cumplicidade,
Fidelidade... O que é mais importante?
Leo * Paciência. A gente não dá certo nem com os irmãos, até com a gente mesmo.
Às vezes a gente olha no espelho e diz: Nossa, hoje eu estou um saco mesmo! Imagine
alguém que vem e começa a te dar ordens: Você não vai hoje nessa festa, não vai com
esse vestido, está muito curto... Isso tudo vai deteriorando o casamento, de
qualquer forma. Não é só isso, né, mas essas pequenas coisas... Tem que saber
compreender. A compreensão também é muito importante.
AG * Você não gosta de pescar no mar? Você enjoa?
Leo * Não., eu não enjoo, mas é uma pescaria muito sem graça, porque o barco
fica curricando, dando voltas, não é como no rio, tudo calma, a gente fica escutando as onças fazendo barulho,
ouvindo o silêncio. É maravilhoso.
AG * E quando você está lá no barranco pescando, você canta o quê?
Leo * Não canto nada. É só o silêncio maravilhoso.
AG * Dizem que ouvir o silêncio é coisa dos inteligentes. Você consegue
ouvir o silêncio?
Leo * Consigo, demais. É para limpar a cabeça para voltar ao trabalho.
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AG * Outra declaração sua lá no “led”:
TENHO MUITOS SONHOS COM O LEANDRO, DE ACORDAR E FICAR PROCURANDO POR ELE.
E NÃO SÃO BEM SONHOS, POIS CONVERSO DE ASSUNTOS DE HOJE. SÃO QUASE ENCONTROS.
Leo * É verdade. Até hoje. Às vezes quem está em casa fala: Poxa, o Leonardo até hoje
está falando nisso! Eu sei que é um pouco chato.
AG * Eu perdi um irmão, perdi pai, perdi o Ayrton (Senna) e continuo falando disso. Eu
não acho nada chato, acho que faz parte da nossa história.
Leo * Eu falo, mas às vezes eu acho assim, não é pra mim, pra minha família,
para meus amigos mais próximos que gostam que eu fale do Leandro, mas tem muita gente que fala: “O Leonardo,
será até quando ele vai ficar falando? Não vai deixar o irmão em paz?” Mas realmente a gente não consegue separar
de jeito nenhum.
AG * Não passa um dia que você não se lembre, passa?
Leo * Não, nunca.
AG * Eu também não.
Leo * E realmente eu tenho conversado com ele assuntos de ontem e de hoje.
AG * Curioso.
Leo * É muito curioso isto, então eu queria entender mais profundamente.
AG * Tem gente que estuda os sonhos.
Leo * A ciência do sonho, não é?
AG * Você acha que realmente, como dizem, além de ter significados, a nossa
alma vaga depois de um determinado momento do sono e tudo que acontece no sonho você realmente está passando? Você acredita
nisso ou não?
Leo * Acredito. Acredito cem por cento.
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AG * Esta declaração no “led” é verdadeira?
EU NÃO QUERO MORRER, CLARO, MAS NÃO SINTO MEDO.
AG * Você jura que não sente um pingo de medo de morrer?
Leo * Não, eu não tenho um pingo de medo de morrer, não.
AG * Você tem medo de envelhecer?
Leo * Não, eu acho que a gente tem que procurar um modo de envelhecer bem.
AG * Não te assusta ficar velho?
Leo * Não, de maneira alguma. Eu acho até melhor você chegar a ser um velhinho
de 80 anos do que morrer com 20. Envelhecer é a coisa melhor do mundo.
AG * Eu também acho. Tem história para contar, repassar para
as pessoas...
Leo * Já imaginou você ver os netos crescerem, os bisnetos... É uma coisa maravilhosa.
Acho que a gente volta a ser criança.
AG * Aí dá uma relaxada, já cumpriu o que tinha pra cumprir... agora me deixe
em paz!
Leo * Passou dos 65 ou 70 anos, começa a virar criança de novo. São os netos pulando
nas costas. Eu vejo lá pelo meu pai, minha mãe, a meninada toda. É até engraçado.
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AG * E cantar, você acha que canta até quando? Você vai ficar velhinho
cantando?
Leo * Eu acho que depende muito do povo, que me botou aqui e que faz com que eu
permaneça até hoje. Eu acho que chega uma hora em que, como a vida é um círculo, vão aparecendo mais e mais artistas e
você acaba ficando um pouco esquecido. Não estou dizendo que vá acontecer isso comigo, mas se acontecer eu sou de
entender essas coisas e já estou preparado também, tanto na minha carreira como na minha vida.
AG * Você acha que conseguiria viver fora da mídia?
Leo * Tranqüilamente.
AG * Se amanhã você acordasse um anônimo, isso ia te fazer mal, você não
ia se entristecer?
Leo * Não, de maneira alguma. Eu acho que estou preparado para viver no
anonimato.
AG * Mas isso jamais vai acontecer. Você sabe, não é? Porque a música é eterna,
o seu trabalho vai sempre ficar, não tem jeito.
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A conversa continuou, muitos outros temas foram abordados,
Leonardo
falou sério rindo
e muita bobagem foi dita com aquela cara séria de quem sabe ser engraçado.
A entrevista completa logo estará no site
E
M
N
O
M
E
D
O
A
M
O
R.
Aqui vou me despedir guardando tantos outros assuntos
que continuam ocupando as gavetas do meu pensamento.
Até o próximo mês, já terminando um ano em que pudemos,
cada um do seu jeitinho e dentro dos seus limites,
levar nosso amor a
Leonardo
e sentir a Luz de
Leandro
sempre presente
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