EM NOME DO AMOR

jornal eletrônico
Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 127 – 15 janeiro 2011
redação e produção: Vera Marchisiello
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vmllena@terra.com.br





Sei que este jornalzinho virtual chega a fãs de incontáveis cidades e até de outros países, pessoas que provavelmente nem saibam que o Brasil está vivendo a pior catástrofe natural de nossa história. Chuvas fortíssimas na região serrana do Estado do Rio destruíram as 3 principais cidades de turismo da área da Serra do Mar, matando mais de seiscentas pessoas em Friburgo, Teresópolis e Petrópolis e em outras 4 pequenas cidades da região. Os deslizamentos de terra fecharam estradas e destruíram grandes e pequenas residências e até pequenos edifícios. Riachos se igualaram a grandes e volumosos rios e nem os leitos de maiores dimensões foram suficientes para suportar tamanho volume d’água com enormes ondas que lembravam tsunamis. As imagens exibidas nos plantões de televisão são assustadoras e indescritíveis.Também sei que este não deveria ser o tema deste jornal, que visa levar alegria e compartilhar boas emoções com fãs de Leandro & Leonardo e do nosso Leo como cantor solo. Que me perdoem os leitores, mas não pude evitar tocar nesse assunto que não estou conseguindo afastar de meu pensamento.Vendo toda essa tragédia, entre muitas orações busco minhas melhores recordações das vezes em que estive nessas cidades serranas distantes cerca de duas horas de Niterói, onde resido. Quando falo de boas recordações, com certeza nelas está incluído como personagem principal o nosso querido Leonardo .
Foi na localidade de Itaipava, hoje tão destruída, que vivi a emoção de pela segunda vez ir a um show de Leonardo. Era 30 de abril de 1999 e o show ainda era uma adaptação do último produzido para a dupla L & L . Leo ainda bem fragilizado, mas com aquele vozeirão maravilhoso e o olhar cativante que parecia a cada minuto agradecer tanto carinho que o público estimado em 80 mil pessoas lhe oferecia.
Todo esse carinho sem dúvida era gerado por ele mesmo, que chegava a chamar ao palco para a ambicionada foto ao seu lado, com direito a CD autografado, o(a) fã que cantasse mais alto acompanhando-o nas músicas. Em cada show ele fazia a felicidade de todo o público e proporcionava a um(a) fã uma emoção especial e inesquecível, registrada em foto e materializada no autógrafo no CD “Um Sonhador”, com que ele presenteava o(a) sortudo(a).
Sei que não foi o volume de sua voz que fez minha amiga Rosane ser chamada ao palco e sim o cartaz que, entusiasmada, ela procurava fazer Leonardo ver e ler. Sem qualquer pretensão mas com muito carinho, na noite anterior eu havia feito aquele meu primeiro cartaz, mas morri de vergonha de abri-lo para que Leonardo o visse. Guardo para sempre a emoção de ouvi-lo chamar ao palco “a fã com aquele cartaz grande” e apontar para Rosane. Na verdade, ali na primeira fila havia uns 10 cartazes do mesmo tamanho, o de uma folha de cartolina. Como fiquei feliz por dentre tantos ter sido aquele o escolhido!
Pouco mais de um mês depois dessa noite inesquevível, conheci Leonardo pessoalmente, e se eu já era fã a cada show passei a ter por ele um carinho ainda maior.


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Em 29 de abril de 2003, completando-se quatro anos daquela enorme emoção, lá estávamos nós novamente em Petrópolis, coladinhas na grade, esperando Leonardo entrar no palco para esquecermos todo o sacrifício das 8 horas de espera. Infelizmente estávamos muito distantes do palco, desnecessariamente afastadas por um brete, vazio como deve ser, porém exageradamente espaçoso, com a grade posicionada a 5 metros do palco.

Repito: Alô, alô, produções locais! Brete é feito para ficar vazio, ocupado apenas por seguranças e com áreas laterais reservadas para deficientes físicos! Só não é preciso tanto espaço. Respeitando o público e os flashes de nossas pobres máquinas fotográficas e nos deixando a uns três metros de distância eu diria que tudo ficaria perfeito (e as fotos maravilhosas!).
É triste quando chegamos em casa e vemos como as fotos ficaram com tão pouca qualidade. Mas, fazer o quê? Os produtores não percebem o quanto é importante para o fã levar do show não somente a lembrança que fica no coração mas também o registro fotográfico daquele pouco tempo que temos Leonardo ali em nossa frente, nos vendo e até demonstrando sua alegria ao rever aqueles que realmente conhece ou aqueles que pelo menos já reconhece de tanto ver nos shows.

Mesmo com o brete desnecessariamente distante, como não havia ninguém à nossa frente, pude receber pela segunda vez um grande presente de Leonardo: “Vou cantar uma música que o Roberto Carlos gravou e que eu gosto muito. É para você.” Apontou para mim. Agradeci com um beijinho na ponta do dedo e com o coração disparado ouvi “E não vou mais deixar você tão só”.




O primeiro show em Friburgo aconteceu no distrito de Cordeiro. Não bastasse vê-lo cantar tão de pertinho,
a felicidade de a seguir encontrarmos Leonardo hospedado na mesma pousada que havíamos escolhido.


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Em 2006, novamente estivemos em Friburgo, num show em que o ingresso era 1 kg de alimento não perecível para ser doado à população pobre da cidade. Que muitos shows possam vir a ser feitos em prol não somente de uma minoria carente, mas agora da população de uma cidade que teve grande parte de seu patrimônio destruído, incluindo a Igreja de Santo Antônio e a principal atração turística, o teleférico, pessoas que viram em poucos minutos suas residências, carros e todos seus bens serem levados pelas águas ou soterrados pelos deslizamentos de terra.



Teresópolis foi o último show deste ano para mim, mas não o primeiro na cidade, onde estive em 11 de novembro de 2000, na noite inesquecível em que Leonardo, apontando em minha direção, disse que ia cantar “para uma pessoa que está ali com os olhos brilhando mais que tatu na chuva.” Cantou “Talismã” e me deixou com vontade de poder lhe dizer que eu poderia nunca pretender ser um talismã, mas que espero sempre poder levar a ele o melhor das minhas melhores energias.



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Em 24 de setembro de 2010, me preparando para longos meses sem vê-lo, saí do show maravilhada.
Que show! Organizadíssimo, um local lindo que mal consigo pensar que possa ter sido destruído, já que o Parque de Exposições fica situado na estrada que liga Teresópolis a Friburgo, via que foi muito danificada. Que muitos artistas, incluindo Leonardo, possam vir a fazer daquele espaço o palco para shows beneficentes para a população da cidade. Como eu disse no início deste jornal, este espaço não é para se falar de tragédias e sim da alegria dos shows, de músicas lindas, do orgulho que temos do nosso Leonardo e da eterna Luz que é Leandro. Com certeza aqui também é um espaço para se falar de amor e de amigos, especialmente do amor que tenho pela família de Leandro e Leonardo, a minha amada família Costa. Neste momento em que é impossível não estar triste e estupefata vendo tanta destruição, recebo a atenção e o carinho dessa “minha família goiana”, que mais uma vez se preocupa comigo e me procura para saber como estamos aqui em Niterói. Graças a Deus temos tido pouca chuva e de vez em quando até um tímido sol aparece entre nuvens. Ainda assim, confesso que hoje está difícil falar coisas bonitas, falar de diversão e das alegrias que Leo tem nos trazido mesmo depois de ter sido vítima da terrível perda do irmão.
Então, só me resta pedir a Deus que Leonardo seja o exemplo de força para tantas pessoas que agora tiveram a vida destruída e que Leandro seja a Luz que lhes mostrará o caminho a seguir. Como dona Carmem certa vez me disse: “Todo santo dia eu rezo para Leandro. Só peço a Deus para dar a ele o descanso eterno. Acho que ele é um espírito de Luz. Glória a Deus!” Eu acrescentaria: um espírito de muita Luz, um enviado de Deus em forma de Luz.
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