jornal virtual
Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 135 – 15 setembro 2011
redação e produção: Vera Marchisiello
distribuição gratuita por e-mail
faça sua inscrição

vmllena@terra.com.br





Nos últimos 20 dias venho passando por verdadeira overdose de Roberto Carlos. Trabalhando direto, primeiro pelos preparativos de sua viagem para show em Jerusalém, depois veio o show, agora a volta como único convidado de um programa “Jô Soares”. Gosto do meu trabalho, em que sou muito cobrada mas essa cobrança é, para mim, um grande estímulo. Só que desta vez foi overdose mesmo, dias em que não tive um só minuto para ver um pouco de Leonardo, nem mesmo fotos e notícias que recebo diariamente por e-mail. Claro que está tudo guardadinho para dias mais calmos. Eis que, em meio a esses dias totalmente dedicados a RC, chega a data de produzir mais um exemplar deste nosso jornal E m   N o m e   d o   A m o r. Pensa que é fácil virar a página, que é simples assim? Saiba que realmente não é. Tenho que produzir o jornal deste mês bem simples, pois o tempo é nenhum! Saio em busca de algo que me coloque “no clima”. Procurando um DVD de programas recentes com Leonardo, pouco encontro, quase nada.
Encontro um “Programa Hebe Camargo” de 26.04.2011, em que ele esbanjou simpatia e sensibilidade para com quem era a figura principal do quadro “Amor Para Recordar”. Fico frustrada por novamente constatar o quanto ele foi mal aproveitado nesse que foi um dos pouquíssimos programas de que participou este ano, único de Hebe Camargo até agora. Na nova emissora, a apresentadora passou a contar com uma produção incomparavelmente melhor, com entrevistas excelentes com cantores sertanejos e até uma roda de convidadas fazendo perguntas a Sérgio Reis, quadro que merecia a presença de Leonardo no centro da roda. Uma entrevista profunda com o apresentador Ratinho me deixou sem entender a razão de até agora não ter sido feito algo assim com nosso Leonardo.



Em 13 de agosto soube que Leonardo estaria no “Festa Popular”, da TV Gazeta, que aqui no Rio só consigo sintonizar pela parabólica. Sinal precário mas, como sempre repito, melhor do que nada. Mais fraco que o sinal aqui no Rio, foi o programa com perguntinhas bobas e muitas risadas porque, afinal, Leo é muito educado e recebe bem todos os comunicadores, sejam de TV, rádio ou imprensa escrita. Como prova dessa simpatia, no final, “no gogó”, ele cantou um pequeno trecho de música do Trio Parada Dura. Dá para acreditar?
“Eu quero que risque meu nome da sua agenda
Apague o meu telefone, não me ligue mais
Porque já estou cansado de ser seu remédio
Para curar o seu tédioQuando os seus amores não te satisfazem”

Voltando a abril deste ano, no aniversário de Ana Maria Braga, tivemos Leonardo junto com Daniel no “Mais Você”. Foi bonito e reforçou minha plena certeza do carinho da apresentadora pelo amigão Leonardo, que foi presença importantíssima em sua luta e vitória contra um câncer há alguns anos, fato que Ana Maria não perde qualquer oportunidade de relembrar e agradecer.
Estamos em setembro, nono mês de um ano em que tivemos somente apenas esses três programas e mais o “Altas Horas”, que foi gravado em 2010 para ir ao ar logo no início do novo ano.

Fiquei com a impressão de que seria um ano rico de Leonardo na TV. Entretanto, visto o que tivemos até agora, me enganei feio. Entretanto, enquanto escrevo este texto, vou sendo dominada pela ansiedade da confirmação de que daqui a alguns minutos Leo fará participação no programa “A Fazenda”. Tomara! Tomara! Tomara!

Tivemos ainda algumas curtas matérias sobre Leonardo no “TV Fama” (5), no “Vídeo Show” (2), no “Domingo Espetacular” (1) e no “Tudo a Ver” (1), que juntas não perfazem 10 minutinhos. E por falar em pouquinho tempo, mal começou e já terminou a participação de Leo no “A Fazenda”. Rápido demais. O que dá uma frustração enorme é saber que ele cantou 10 músicas, portanto ficou lá por um bom tempo. Mas só mostraram uns poucos minutinhos.



2011, ano de muitos shows para Leonardo, Brasil afora sempre sucesso. Muito trabalho, 96 shows até o final de setembro contra 94 no mesmo período de 2010 e 74 em 2009. Talvez daí resulte pouco tempo para fazer televisão, mas é preciso atentar para o fato de que muitos fãs ficam se perguntando por onde ele anda, achando até que esteja trabalhando pouco. O site oficial está aí com sua agenda, que reproduzo no site E m   N o m e   d o   A m o r, mas o fato é que ainda é a televisão o grande veículo para nos fazer sentir nossos artistas mais próximos e mostrar que estão ativos e trabalhando muito, em pleno sucesso. Como Leonardo não curte as badalações, pouco falam sobre ele nos programas que acompanham os artistas.

Acho que hoje estou especialmente carente de Leonardo! Mas como Deus sempre ajuda, no momento em que peguei o DVD para procurar a data do programa “Festa Popular”, encontrei um “Melhor da Tarde” de 2004, muito bom com trechos do show “Loucuras de Amor” e uma divertida entrevista concedida à Astrid Fontenelle. Não resisto a rever e a dividir, pelo menos alguns trechos, com vocês. Quase vai dar para ouvir as risadas, mas certamente vai dar para mais uma vez sentir e confirmar a verdade, a sensibilidade e a transparência que pautam o relacionamento de Leonardo com a imprensa.

AF* Leonardo, cantou pra mim! (“Você é doida demais”) Esse Leonardo é legal demais! É sincero, é divertido, é gente como a gente! Você não cantou pra mim?
LEO* Lógico que cantei.

AF* Sabe a primeira e única vez que entrevistei você? Não lembra, não é? Mas eu me lembro. Você achou que nunca tinha me dado uma entrevista?
LEO* Eu achei
(todo sem jeito). Onde?

AF* Cara, eu tinha como provar e tudo, mas eu não achei. Eu vou levar no programa e você vai ver no ar, porque eu vou mostrar. 1989. Eu trabalhava num programa feminino da Manchete, “Mulher 90”. Eu tenho um disco e tudo. Acho que o primeiro... Só tinha LP naquela época. É aquele branquinho que tinha uma fotinha de vocês dois. Sabe aquela foto bem cafona?
LEO* “Entre tapas e beijos”. É isso daí.

AF* Tão cafona, tão cafona, mas é lindo!
LEO* Como é que chamava o programa?
(pensativo)

AF* “Mulher 90”. Eu era morena. Você não lembra de mim; eu melhorei muito!
LEO* Ah, tá bem melhor, bem mais gata. Não é gente?

AF* Ah, você também! Toca aqui! Você está ótimo!
LEO* Coitadinho de mim. Tô só pro gasto. Não dá, não!

AF* Tá zero quilômetro! Não tem botox, essas coisas, não?
LEO* A gente tem que fazer
(franze o rosto tentando mostrar rugas). Eu fiz um botox semana passada. Doeu muito, cara! Nossa!

AF* Eu falava que nunca ia tomar injeção na testa.
LEO* Eu também falava. De graça eu tomo até injeção na testa, eu falava. E não foi de graça! E tomei várias injeções na testa!

AF* Ficou ótimo. Que número você calça?
LEO* Eu calço 39
(fica mostrando o sapato com o solado novinho).

AF* E o figurino assim?
LEO* 40.

AF* Está magrinho.
LEO* Estou não!


AF* Qual a sua maior vaidade? Roupa? Joia? Carro? Creminho?
LEO* Não, não, creminho é coisa de boiola, né?

AF* Não, tem um nome isso agora, é metrossexual.
LEO*
xxxxx (pimmmmmm... abafa o impublicável). Metro o quê?

AF* Hoje você pode tudo? Você pode ter tudo que você quer?
LEO* Não, não posso ter tudo que eu quero.

AF* O que te falta? Um aviãozinho você tem, não é?
LEO* Tenho.

AF* O que falta?
LEO* Ah, falta muita coisa!

AF* Iate?
LEO* Não, disso eu não gosto. Eu nasci na roça, lá no Goiás. É só água de poço mesmo. Quando chove tem muita água “nas barrancas”. Só se fosse para meter o iate lá no Araguaia, mas nessa época tem muita areia. Acho bonito, mas não teria.

AF* Você tem fazenda.
LEO* Tenho uma fazendinha.
(há alguém martelando - mais uma palavrinha impublicável)

AF* Está atrapalhando a gravação. Ou a gente é que está atrapalhando eles?
LEO* Que nada. Eles estão atrapalhando. Nós estamos trabalhando. O iate realmente é maravilhoso, mas não é meu sonho de consumo
(tentando retomar a conversa).

AF* E Nova Iorque?
LEO* Que Nova Iorque! Fazer o que em Nova Iorque? Um frio... Pinguim pedindo blusa para sair pra rua! Tô fora.

AF* Você é pai de um menino, agora lembrei, o Pedro, não é?
LEO* Aquela peste é meu filho!

AF* Igualzinho a você, não é, não?
LEO* Só é maior, bem maior!

AF* Você era assim quando era garoto, apaixonado? Eu sei que de mulher você gosta...
LEO* “Muuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiito”! Abafa o caso. Quando eu era da idade do Pedro, não tinha nem tempo para me apaixonar.Trabalhava demais nas lavouras de tomate.

AF* Você gosta de tomate? Come tomate?
LEO* Eu amo tomate.

AF* Comia tomate?
LEO* Comia no pé, muito bom. Limpava na perna da calça ainda mais suja e botava pra dentro. Pra mim eu não ia sair nunca daquelas plantações de tomate. Comecei a cantar com 20 anos. Meu pai sempre cantou e o Leandro sempre teve mais vocação que eu para cantar. Leandro me deixou nas plantações e saiu atrás de uma banda de rock que tinha lá em Goiás.

AF* Não tem registro disso, não?
LEO* Tem algumas fotos. Chamava “Os Dominantes”.

AF* Qual música? Ele cantava rock-and-roll?
LEO* Ah, cantava... ele cantava Rolling Stones.

AF* Cantava em inglês ou “embromation”?
LEO* “Embromation”. O importante é que ele saiu de lá e me incentivou depois a sair também. Começamos a cantar juntos. Ele parou de cantar música nesse “embromation” aí e começamos a cantar sertanejo. Demorou mas foi o que “tirou nós” do buraco.

AF* Acha que ele pegou você por causa dos seus olhinhos bonitinhos?
LEO* Foi nada!
(encabulado, muda de assunto) Ele tinha outros parceiros de dupla. Ele subestimava o meu canto, aquele infeliz! De repente cantei uma música, um dia, e ele disse: “Cara, não é que você tem jeito!”

AF* Papo sério, assim, é verdade que você teve um contato, recebeu mensagem dele?
LEO* Ah, faz tempo já.

AF* Sonha com ele?
LEO* Sonho bastante com ele.

AF* Sonha colorido ou preto e branco?
LEO* Colorido.

AF* Acabou que você não me falou o que você queria ter. Achava que ia ficar lá na roça, mas assim, sem pensar muito no que queria ter. Ou nem tem essa lembrança?
LEO* Eu não tenho essa lembrança, eu não sou muito de querer ter as coisas. Sei lá. Eu acho que já estou no lucro. Sair de onde eu saí, faz tempo
(encabulado), mas chegar aqui e cantar...

AF* E sua mãe? Ela demorou a te chamar de Leonardo? Como é que ela te chama?
LEO* Ela me chama de Leonardo.

AF* Como ela conseguiu fazer isso?
LEO* De tanto o povo chamar, o Divino, outros parentes, acabou virando... Nem é Leonardo; é Leo. É Leo daqui, Leo dali... Eu dei muita sorte de trocar esse nome Emival por Leo.

AF* E no documento? Você trocou? Tem documento, carteira, aí no bolso?
LEO* Não tenho. Não troquei. É muita burocracia, tanto documento... Tem uns engraçadinhos que chamam a gente de Emival Eterno ainda. Eu levei tantos anos, um sofrimento danado para virar Leonardo... Emival Eterno é sacanagem!

AF* O que você não pode mais fazer por ser hoje o Leonardo?
LEO* Ah, acho que tudo que um... bom, assim de sacanagem com os outros eu não posso fazer nada, senão eles me levam pra Justiça. O que eu gostaria mesmo de fazer e que eu faço de vez em quando, é ir para os botecos, aqueles que só têm uma porta, aqueles que eles chamam de “sujinho”... Cerveja, lá, é a mais gelada do Brasil.

AF* Você tem cara de sacana. O que você mais gosta na mulher? Mulher inteira, né?
LEO* Ah, bicho, mulher é mulher. Mulher é um ser... Mulher é um servição do homem que a gente...
(Astrid começa a “bater” nele) É um ser que Deus pôs na Terra... (rindo) Estou brincando. A gente gosta da mulher. Linda, linda!

AF* Você tem filha mulher?
LEO* Tenho a Isabela e a Jéssica.

AF* De quantos anos?
LEO* A Isabela tem 13 e a Jéssica 10. Eu acho que é isto.

AF* Uma coisa que eu aprendi na vida é que aqui se faz, aqui se paga. Você tem filha mulher...Seu mais velho tem quantos anos?
LEO* Pedro tem 16 anos.

AF* E o mais pititico?
LEO* O pititico tem uns tempos aí.

AF* Meses ou anos?
LEO* Anos. Eu estou com quarentinha...

AF* Filhos são quantos?
LEO* Ah, tem um punhado aí...

AF* Fala sério.
LEO* Ah, tem um tanto, tem um tanto mais um pouco...
(Leo ainda não havia assumido publicamente o caçula João Guilherme, então com 2 anos, mas que registrou assim que nasceu).

AF* Aí tem que trabalhar bastante...
LEO* Parar não vale nada. É o dia inteiro trabalhando.

AF* E como é que você descansa?
LEO* Aí eu sumo de todo mundo. Eu vou aí pro Caribe, pra Las Vegas, aí eu... Ali...

AF* Qual o lugar mais longe que você já foi pra descansar?
LEO* Na casa da
xxxxx (pimmmmmmmmmmm)... O lugar mais longe que eu já fui? O Japão. O lugar é longe, gente! Fui trabalhar, mas é longe, viu, gente!

AF* Tanta coisa já aconteceu... Como é que você se imagina velhinho, velhinho mesmo?
LEO* Ah, eu quero envelhecer bem, porque eu acho que é inevitável o envelhecimento, mas eu quero fazer o que eu faço, que é correr todo dia na esteira, comer bem...

AF* Qual sua comida favorita?
LEO* Ah, qualquer uma, arroz, feijão, um trenzinho trivial assim, não sou muito enjoado, não. Eu sou “facinho” de ser cuidado.

AF* E que fruta?
LEO* Fruta? Ah, eu gosto daquelas frutas que eu comia na roça, manga... fui criado igualzinho porco, é manga, mamão, esse trem.

AF* E banana?
LEO* Banana, tô fora. Banana dá azia.

AF* Em você. Adoro banana amassadinha com aveia. Comida do tempo de criança. Mingau? Adoro! Canja de galinha...
LEO* Ave Maria! De galinha é só entrar na banheira fervendo que já vira canja de galinha. Eu... eu... não é você, Astrid!

AF* Você é super comportado. Nunca ouvi falar mal de você. Tem uns artistas aí que são bem piores que você.
LEO* Tem uns aí que não valem o que comem. Vou falar o nome deles não.

AF* Fala, fala...
LEO* Oh, gente, vou falar... Tem um aí que é um lixo, mas eu não posso falar o nome dele. É cantor de música sertaneja. Não posso citar o nome porque amanhã ou depois... O meu telhado é de cristal, se jogar um carocinho de arroz ele despenca!

AF* Tem muita boiolagem no meio também?
LEO* Não, que eu saiba ninguém está dando de graça para o povo aí, não.

AF* De graça, né... Porque pagando...
LEO* Você acha? Eu não conheço nenhum boiola na música sertaneja. Tem aquele lá, o ... Como é que é o nome dele? Não posso falar, não, porque vai que parou de dar, né... Nunca ouvi falar em ex viado.

AF* Perguntei se você sonhava com seu irmão, saudade, ainda sente, de vez em quando rola, apesar de que agora já vai fazer 6 anos...
LEO* Com certeza a gente sente, a cama dá uma abaixadinha de vez em quando... Quando você está deitado, parece que sentou alguém na cama... Sinto...

AF* Você teve medo no começo?
LEO* Não. Sempre firme. Quando eu sinto essas coisas eu falo: pode vir pra conversar se quiser. Não tenho medo.

AF* Dá conselhos? Porque ele tinha cara de ser sossegado...
LEO* Tem que aconselhar, senão estou perdido!

AF* Que nada! Você é um super talento!

Voltar Jornal ENA jornal 136