EM NOME DO AMOR

jornal virtual
Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 143 – 15 maio 2012
redação e produção: Vera Marchisiello
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vmllena@terra.com.br






Não, não dá. Não dá para acreditar, não dá para me desligar, muito menos é possível parar de rezar.
Durmo aos poucos, sono entrecortado por pensamentos e orações.
Tudo caminhava para o dia com certeza feliz de rever Leonardo num show aqui no Rio quando na véspera,
pelo telefone, estourou uma bomba que me fez perder o chão: a notícia de um grave acidente com Pedro Leonardo.
Ainda sem uma completa noção da gravidade do quadro, passei a querer ir ao show não mais para rever Leonardo (não, vê-lo daquele jeito eu não poderia querer!) mas sim para tentar dar a ele um pouco de carinho, mostrar que estávamos ali, unidos, mais uma vez, artista e seu público, numa corrente de boas energias e muitas orações. No Citibank Hall, no Rio, nesse 21 de abril, encontrei um pai sofrendo, um ser destruído querendo se manter firme, um artista a mais uma vez fazer de seu cantar um caminho de fuga do sofrimento, um profissional extremamente consciente de seus compromissos e de uma força invejável ao decidir cumpri-los apesar de tudo. Após 3 ou 4 músicas, já nem sei bem, Leonardo desabafou:

" Primeiro eu quero agradecer a Deus e depois a vocês pelo carinho especial, por estarem aqui nesta noite, uma noite tão difícil pra mim, porque há exatamente 14 anos atrás o meu irmão, após fazermos um show, sentiu uma dor nas costas, e deu naquilo que todo mundo já sabe. E ontem na madrugada, como todo mundo já sabe, meu filho Pedro, que tem 24 anos, vai fazer 25, capotou o carro lá perto de Itumbiara, na divisa de Goiás com Minas Gerais e ele realmente se machucou muito e está no momento muito grave. Hoje eu falei com os médicos e ele realmente passa por um momento de muito cuidado ainda. Eu gostaria que a gente unisse hoje o show, a festa, a lembrança de Leandro & Leonardo, a gente fizesse uma corrente religiosa pedindo a Deus que meu filho continue aqui com a gente. Ele terminou um show e resolveu voltar pra casa. Do fundo do meu coração eu agradeço a Deus e a vocês pelas mensagens que eu tenho recebido, por tudo, por todos os meios de comunicação. Muito obrigado, gente, por tudo. Eu sabia que o Pedro é um moleque muito querido, porque eu viajo por todo o Brasil e vejo isso, mas agora eu estou vendo que ele é muito mais querido do que eu imaginava. Pelas fotos que eu vi, do carro e tudo, pelo jeito que ele está, porque eu fui ao hospital antes de vir pra cá, eu vi que há um talismã em nossa vida, chamado Leandro, que salvou esse moleque, porque realmente não foi bonito, não. Mas com a fé que a gente tem em Deus, e a fé remove montanhas... Conto com vocês, com as orações de vocês para esse show continuar. Quando forem dormir, coloquem a cabeça no travesseiro e dirijam as orações a ele. Ele vai melhorar, com fé em Deus. Vamos lá, meu filho!"

Seguiu-se "Talismã", voz embargando, como a pedir socorro a Leandro.
Acho que não só Leonardo, mas também os fãs que o compreendiam e aplaudiam
estiveram todos unidos num mesmo pedido.


Vi Leonardo, contido, cumprir seu compromisso de fazer aquele show. E ainda assim ser brilhante! Um dia depois, Ede Cury, sua assessora de imprensa, anunciou o cancelamento de toda a agenda da semana - programas de televisão para divulgação do mais recente CD. Mais uma vez ficou claro o respeito para com seu público e seus contratantes. Cumpriu o que não foi possível cancelar. Cancelou o que foi possível ser cancelado sem prejuízo para terceiros.

As horas e os dias que se seguiram ao show no Citibank Hall não tiveram nada daquela alegria e sensação de leveza que sempre me dominam após vê-lo no palco. Não. Foram horas e dias extremamente tensos, buscando notícias pela internet e pela TV, dezenas de DVDs gravados com todas as matérias que traziam a realidade do quadro e mais uma vez comprovavam a transparência com que essa família lida com os fãs e com os profissionais da imprensa, transformando, assim, as dificuldades da fama numa união de fé, companheirismo e verdadeira solidariedade. Logo passou a ser possível ver Leonardo diariamente chegando ou saindo do Instituto Ortopédico de Goiânia, sempre cercado pela imprensa e pelo povo, sem tumulto, sem seguranças, simplesmente um pai falando sobre o estado do filho acidentado. Ede Cury, sempre exemplar nesses momentos difíceis, com competência e admirável paciência desde o início de tudo, tem sido um elo importantíssimo entre os que sabem o que se passa e os que precisam e querem saber da evolução do quadro de Pedro. Foi ela a porta-voz da gratidão da família aos socorristas e médicos que o atenderam logo após o acidente. Seu envolvimento emocional acrescenta à sua competência um tom de sinceridade que alivia nossa justificada ansiedade por notícias.


Sei que este texto começou cheio de tristeza. Ao mesmo tempo, porém, é por ele que posso registrar a força da corrente de orações que tomou conta dos fãs e até daqueles que não são fãs mas acabam não tendo como deixar de admirar Leonardo e sua família. Vale ressaltar que não só no Brasil, mas mundo afora. Chega a ser emocionante.

O dia 26 de abril, quando Pedro foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, me parece ter sido um momento marcante na televisão brasileira. Programas foram estendidos horas e horas além do tempo previsto para que o público tivesse informações no momento em que tudo acontecia e pudesse respirar tranquilo após acompanhar sua chegada a um dos mais conceituados hospitais do Brasil e até do mundo.
Se sua saída do IOG foi tumultuada, talvez pela falta de previsão ou experiência daqueles a quem cabia fornecer um bom esquema de segurança capaz de manter a imprensa a uma distância conveniente, a chegada ao aeroporto Santa Genoveva e posteriormente a Congonhas transcorreram de forma adequada, com os médicos, os melhores do país, podendo acompanhar Pedro como esperavam e era necessário. A transmissão do percurso de Congonhas até o Hospital Sírio-Libanês chegou a ser emocionante, pois foi possível perceber a eficiência do esquema de trânsito montado, a compreensão dos motoristas e a força que o povo procurava passar para nosso amado "Pedrão", com acenos e mãos postas.

Ansioso demais e sofrendo com a impossibilidade de fazer mais por seu filho, por não haver mesmo o que fazer a mais, Leonardo optou por voltar aos seus compromissos profissionais. Foi assim que o tivemos no "Domingão do Faustão" do domingo seguinte, 29 de abril. Foi respeitado por seu estado emocional, fazendo uma curta participação. Falou do filho, agradeceu as orações e reconheceu na platéia uma fã vestindo uma camisa com os dizeres "Força, Pedro", inicialmente usada pelo time do Goiás e que logo se espalhou por todo o país.

Peço que me perdoem a palavra pesada, mas idiota ainda é um termo muito gentil para definir uns 2 ou 3 invejosos que se manifestaram contra essa volta de Leonardo à televisão e a seguir aos shows já de longa data contratados. Suas opiniões totalmente desprovidas de lógica, de qualquer sensibilidade e claro que de qualquer vestígio de uma boa educação apenas reafirmaram o quanto a inveja infelizmente ainda comanda a vida de muitos pobres de espírito. Com efeito totalmente contrário ao pretendido, essas opiniões fizeram com que apresentadores de programas sérios da nossa televisão, que já vinham demonstrando pelo semblante e por algumas palavras o quanto estavam solidários a Leonardo e sua família, abrissem espaço para manifestar de forma bem clara o quanto era acertada sua decisão de retomar seus compromissos profissionais.

Leonardo ficou perplexo ao saber que teria havido quem o criticasse por voltar ao trabalho, mas como graças a Deus ele é sempre muito consciente do que quer, do que pode e do que deve fazer, Leo vem seguindo em frente, mesmo que com grande dificuldade, como acabou confessando aos jornalistas no saguão do Hospital Sírio-Libanês em 08 de maio:


"Todo mundo sabe que nesse caso a gente tem que ter paciência, cada dia novos exames... Mas é isso, agarrado com a fé. Estou ainda muito apreensivo, voltei a trabalhar nas estradas procurando dar uma esquecida um pouco, manter a pose, mas está difícil, está difícil. Está nas mãos de Deus e eu tenho é que trabalhar."



O que posso dizer é que diariamente e o dia inteiro ficamos todos à espera de uma boa notícia. A decisão dos médicos de não divulgar boletim diariamente, embora compreensível assustou os fãs. O fato é que quando houve uma mudança no quadro, como prometido houve um novo boletim médico. Thaís Gebelein tem sido muito atenciosa sempre se manifestando pelo Twitter. Ede Cury, mesmo com semblante de muito cansaço, continua atendendo a imprensa e dando a Leonardo o suporte de que ele tanto precisa nesse momento. Foi nesse clima de expectativa e compreensão, com vontade de mostrar a Leonardo o quanto Pedro está cercado de orações, que os fãs foram para o Credicard Hall nas noites de 11 e 12 de maio. Acabou sendo ele mesmo quem se definiu "mais sorridente e com boas notícias", contando que Pedro havia chutado com as duas pernas. Até brincou que só faltou mesmo fazer gol como o jogador Neymar.


Procuro não sobrecarregar a família com muitas ligações, mas também não posso deixar de levar a eles um pouco do meu carinho e algumas palavrinhas na tentativa de fazer com que sintam a extensão dessa corrente de Fé que, afinal, eles também nos ensinaram. Criei em meu pensamento a imagem de Pedro saindo do hospital, caminhando com o pai, com sua mãe, Cidinha tão querida, com a já também admirada e sua amada Thaís Gebelein, indo ao encontro de sua filhinha Maria Sophia. Creio que no tempo definido por Deus esse dia vai chegar. Tantas vezes estive com Pedro Leonardo, desde quando ele era ainda um menininho, e sei que não dá para abrir mão da presença do seu sorriso e da sua alegria em minha vida. Na vida de todos que o amam. Vamos... ACORDA, PEDRO!



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