EM NOME DO AMOR

jornal virtual
Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 147 – 15 setembro 2012
redação e produção: Vera Marchisiello
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vmllena@terra.com.br







Sempre que passo por algum dilema, algo sério a decidir, busco na contemplação da natureza tranquilidade para tomar a decisão certa. Da varanda da minha casa busco hoje essa tranquilidade. Minha paixão, minha maior amiga, meu anjo Mariù me faz companhia. Ela passou por uma cirurgia, graças a Deus foi apenas uma gordurinha localizada que nos deu um susto. Vai retirar os pontos neste final de semana.

Neste sábado Leonardo estará fazendo show em Arrozal, cidade distante daqui pouco mais de duas horas. Vontade grande demais de ir ao show. Amor grande demais pela minha "doguinha" Mariù para sequer cogitar em deixá-la sozinha. Neste final de semana realmente não tenho quem fique em casa com ela.

Decisão tomada: vou sufocar a saudade de Leonardo sabendo que ele estará cercado do carinho de uma multidão que o ama.


Tenho ótimas recordações de shows de Leonardo naquela região serrana no sul do Estado do Rio.
Paty do Alpheres, Paulo de Frontin, Piraí... ah... que saudade daqueles shows!



Parece ter sido ontem que fui ao primeiro show de Leonardo, em Juiz de Fora (10.04.1999). Fiquei na primeira fila, grudada na grade do brete, mas ainda assim muito distante do palco, afastada cerca de dez metros. Nem consegui bater fotos, principalmente porque naquela época ainda não se contava com as câmeras digitais de longo alcance. Mas aquele show ficou marcado como o da primeira toalhinha, guardada com carinho num estojo de acrílico em formato de coração. De lá para cá, quantas alegrias Leo me proporcionou!
Neste momento em que percebo não ser realmente possível ir ao show em Arrozal, trato de abafar a tristeza por não ir com lembranças das alegrias já vividas nos shows de Leonardo. Como nos shows de estrada nunca vou ao camarim mas sempre chego cedíssimo para ficar na primeira fila após o brete, minha maior alegria é sempre perceber que ele me vê, reconhece e, com sua incrível simplicidade, demonstra alegria por encontrar na plateia alguém que ele sabe ser amiga e que viajou especialmente para vê-lo. Esse carinho que Leo demonstra me traz uma felicidade que com certeza eu jamais conseguiria definir. Sei que o que sinto nesses momentos é exatamente o que sentem tantas e tantas outras pessoas que desfrutam desse bem divino que é a sua amizade. Não há fã que não se sinta especialmente feliz ao ser reconhecido por aquele artista que considera mais do que especial, mas vejo nesse carinho de Leonardo uma grande prova de sua simplicidade, do quanto ele continuou "gente" apesar da fama. É essa constatação que me deixa especialmente feliz. Porque, não há como negar, nada me deixaria mais triste, arrasada mesmo, se em algum momento percebesse em Leonardo qualquer sinal de estrelismo. Felizmente não preciso me preocupar com isso, tamanha a minha certeza da sua verdadeira humildade.

Lembro-me bem do que ouvi certa vez de sua mãe: “Eu prefiro que meus filhos não façam sucesso se isso for para lhes subir à cabeça. Leonardo sabe como o sucesso pode ser passageiro, nunca vai se deixar 'virar estrela'. Estrela brilha no céu. Artista não é estrela; é gente!”

Está explicado, não está? Princípios morais rígidos, carinho, muito amor e união da família foram a base da educação dos oito filhos de Avelino e Carmem Costa. Por mais que bem cedo Leandro e Leonardo tenham conhecido a fama e o sucesso financeiro resultantes de um talento enorme e uma dedicação ao trabalho invejável, sempre com muita coragem, eles permaneceram os meninos do interior goiano, amigos de seus amigos, filhos, irmãos, pais e maridos como os mais comuns dos seres humanos.
“O artista não deixa de ser gente por ser artista. Ele precisa viver cercado do amor dos fãs. Ele não deve se tornar prisioneiro do sucesso e daqueles que em nome de o protegerem o aprisionam”.


Penso que essas palavras de Leandro resumem muito bem a forma de viver desses dois grandes artistas.

O fato é que hoje Leonardo chegou aos 26 anos de carreira
sem que jamais tenha sido relatado pela imprensa qualquer "momento estrela",
seja em suas apresentações nas mais famosas casas de espetáculos,
seja nos shows de estrada ou em sua vida pessoal.

Muito pelo contrário, o que sempre se pode ouvir são inúmeros artistas
sempre tecendo elogios ao seu companheirismo, à sua simplicidade e ao seu bom humor.

Há como não se ter orgulho de ser fã de alguém assim?
Em contrapartida, confesso que eu não conseguiria ser fã de um artista
que se esquecesse do quanto sonhou chegar ao sucesso
e do quanto depende de fãs para mantê-lo.

Sigo divagando sobre as qualidades de Leonardo e aqui não haveria espaço suficiente para relatar tudo que vai se passando em minha cabeça, coisas que massageiam o coração com o sentimento gostoso de perceber o quanto ainda há pessoas boas nessa nossa Terra, por mais que muitas vezes possa parecer que o mundo está mesmo prestes a chegar ao fim, tanto a violência, a ingratidão e a inveja se fazem notícia na imprensa diariamente.

Minha viagem pelas lembranças de momentos especiais vividos nos shows de Leonardo me levam ao ATL Hall em 21 de outubro de 2000. Ele ainda estava no palco, concedendo biz para o público que vibrava aglomerado junto ao palco, dando autógrafos ali mesmo, se aproximando dos fãs e tocando suas mãos com afeto. Eu já estava nos bastidores, já que havia sido agraciada com a tão ambicionada pulseirinha que dá acesso ao camarim. Eis que Leo surgiu caminhando apressado, molhado de suor, acompanhado de perto por seu primo e segurança Passim. Surpreendentemente, desviou-se da passagem para o camarim e, vindo em minha direção, soltou um sonoro “Oi, mulher!”, dando-me um abraço apertado e transbordante de carinho. Ainda hoje parece que ouço sua voz e sinto aquele abraço que me deixaram sem ação enquanto ele seguia seu caminho para o camarim. Como um menino brincalhão, jogou a toalhinha que usava para secar o suor para seu filho José Felipe, de dois aninhos, que o esperava no colo da babá. Ali eu vi um pouco do papai Leonardo, comprovadamente alguém que não se preocupa nem um pouquinho em se posicionar como o artista tão famoso que é, alguém que não se permite qualquer sombra de estrelismo.

Até mesmo se a seguir eu não tivesse ido ao seu camarim e recebido os melhores abraços da minha vida eu já estaria mais do que feliz e agradecida por aquele momento incrível e inesperado vivido nos bastidores, numa noite que para mim foi um marco. Acho que a partir dali Leo percebeu que quem ia aplaudi-lo nos shows não era mais a "Vera do Roberto Carlos", como até então ele dizia e sei que me via; era, sim, sua fã Vera Marchisiello.



Quando não quero mesmo ficar triste por não poder ir ao show em Arrozal neste dia 15 de setembro e procuro me envolver com recordações de tantos momentos lindos já vividos, penso o quanto sou feliz por já ter conseguido ir a muitos shows e por várias vezes ter recebido o maior presente que os fãs ambicionam: abraçar Leonardo, conversar um pouco com ele, tirar foto ao seu lado, ganhar autógrafos. Sim, já recebi de Deus muito mais do que poderia ambicionar.

Neste momento de agradecimento, lembro-me de um quadro do "Caldeirão do Huck" levado ao ar no sábado passado (08.09.2012). No "Lar Doce Lar", dona Maria Luiza e seus cinco filhos adotivos, o primogênito batizado como... Leonardo. Fã, ela foi presenteada por Luciano Huck não somente com a reforma da casa de sua família mas com um encontro surpresa com Leonardo, como ela disse "paixão da minha vida". Pura emoção, ela entrou chorando no camarim enquanto Leo dizia que esperava vê-la com um sorrizão.


"Você me convida para ir tomar um café na sua casa que eu vou.
Vamos armar para quando eu estiver lá por perto de BH
a gente te pegar e levar para você assistir ao show ali do palco."

(Leonardo)

Este é o nosso Leonardo. Estrelismo? Nunca! Estrela, para ele, só mesmo a Luz do nosso eterno Leandro.




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