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Leandro & Leonardo
LEONARDO

nº 187 – 15 janeiro 2016
redação e produção: Vera Marchisiello
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vmllena@terra.com.br






A vida é mesmo uma loucura! Situações que em algum momento vivemos, por mais que até as valorizemos, quantas vezes têm um significado muito maior ainda, mas que naquele momento não percebemos? Hoje, quando vejo Zé Felipe estourado ao completar apenas seu primeiro ano de carreira, custo a acreditar que é aquele mesmo menininho que algumas vezes peguei no colo, a primeira quando ele tinha apenas um aninho. Como aquele dia tem hoje uma importância até ainda mais especial!


Em abril ele chega aos seus dezoito anos já tendo em seu histórico três shows realizados nos Estados Unidos, na turnê Pai e Filho com Leonardo. Imagine o que tenha sido para mim vê-lo em New York ao lado do pai! Foi o que nos proporcionou Rodrigo Faro em especial para seu programa na TV Record. O bom espaço de setenta minutos nos permitiu vê-los caminhando pelas ruas, circulando de metrô, experiência inédita para pai e para filho, e visitando o Central Park.



Alguns comentários do pai e também do filho merecem destaque especial. A objetividade de Leonardo justifica o que sempre repito, que é uma pena os apresentadores não explorarem mais o lado sério de Leonardo. Sem dúvida ele é conhecido por seu bom humor, por suas tiradas inteligentes, mas quando temos oportunidade de vê-lo conversando de forma tranquila e expondo suas opiniões tudo se torna ainda mais interessante.



PAI Todo dia eu me surpreendo com meu pai, porque ele não tem mau humor, ele é assim em casa, trabalhando e nos shows.
LIBERDADE Faço coisas diferentes aqui, como andar nas ruas, ir no shopping e ir no outlet comprar aqueles presentes que o povo pede pra gente. Compro muito para os outros, para mim mesmo não compro, não. Eu não gosto desse negócio de comprar. O Zé é mais gastador.

CABARÉ Eu fico muito feliz por depois de trinta anos de carreira a gente ter acertado esse projeto com o Eduardo Costa, o "Cabaré". A gente tem feito muitos shows, vamos fechar o ano com oitenta shows só do "Cabaré". Eu fico muito feliz de estar com o Eduardo, cantando em dueto, e agora trazendo o Zé. A gente está muito feliz. Acho que esse "Cabaré" não vai me deixar tempo para novidades em 2016 porque já estamos com shows vendidos até julho.

METRÔ No início da carreira peguei muito ônibus. Metrô não. Nunca entrei num metrô, nem no Brasil, nem fora.

PATINAR Eu patino no gelo, patino muito! O dedão dentro do copo com whisky eu patino, sim, o maior patinador!






PAI E FILHO A primeira vez que cantei com meu pai foi no DVD "30 Anos" dele. Foi meio assim do nada. Uma semana antes de ele gravar o DVD, ele falou: Zé, vamos cantar uma música comigo? Eu olhei pra ele e falei: sério, cara? Aí ele disse: Vamos, vamos! A gente gravou e de lá para cá, graças a Deus, mudou muito a minha vida, a galera começou a abraçar o Zé Felipe, a abraçar minhas músicas, e eu só tenho mesmo é que agradecer a Deus e ao meu pai pela oportunidade.

Caminhando pelas ruas, mesmo que em New York Leonardo foi reconhecido e gentilmente parou para fotos e abraços. Ao apreciar alguns dos artistas que sobrevivem da música nas ruas de grandes capitais e tão comuns em New York, Leo colaborou com muitos dólares, deixando Rodrigo Faro indevidamente surpreso.



ÍCONE Fico muito feliz por fazer parte da vida desses novos cantores e poder dar conselhos. Muitos falam que focam em mim e na carreira de Leandro & Leonardo e que querem ser como nós, e eu fico muito feliz de saber disso e de poder dar uns conselhos para o Zé e para os amigos dele que cantam.

MÚSICOS A gente vê, aqui, o pessoal batalhando e pensa que a diferença é que são músicos que leem partituras, podem tocar no mundo inteiro, enquanto nós saímos meio a machado lá do interior de Goiás, não sabíamos nada, mas com o mesmo intuito, com a mesma vontade de vencer.


PAI E FILHO A ideia de juntar eu e o Zé nos shows foi de contratantes. Aí eu aceitei na hora.

FILHOS FAMOSOS Eu acho que rola um pouco de ciúme entre os irmãos. Não é assim notório, mas tipo 'ele está indo, eu vou ficar, eu quero ir também'. Acho que é assim um ciúme gostoso, sadio. Eu apoio todo mundo se eu vejo que tem talento, que está cantando legal. Eu acho que tem espaço para todo mundo.

SONHO Era o sonho de um garoto que nasce na roça, um sonho bem pequeno, porque você não vê uma perspectiva de vida. Você vê isso olhando os outros. A gente via que ninguém nunca alcançou nada. Mesmo as pessoas que eram bem melhores que a gente financeiramente eram trabalhadores como nós e meu pai sempre nos ensinou, desde crianças, que fôssemos trabalhadores e que respeitássemos o próximo. O Leandro sempre foi muito viciado em música e eu já menos. Eu já tinha dezoito anos de idade e nunca tinha cantado na minha vida. Leandro, como gostava de cantar, teve outros parceiros de dupla, e eu ficava só ouvindo ele cantar com outros caras lá. Aí comecei a achar que eu cantava melhor que aqueles caras e uma vez, no colégio, no Dia das Mães, Leandro cantou uma música lá e pediu para eu cantar um pedacinho com ele. Eu comecei a cantar a música de Matogrosso e Mathias, "Pedaço de minha vida". Aí fomos aplaudidos, eu quis descer dali do palco, mas pediram 'fica, fica', e eu comecei a achar que esse trem de cantar era bom. Aí comecei a cantar. Logo em seguida largamos Goianápolis e fomos para Goiânia Eu fui trabalhar na farmácia, onde encontrei o nome da dupla. O primeiro sucesso que marcou, que tirou a gente do barro, que desatolou mesmo, foi "Entre tapas e beijos".

PARAR Sem o Leandro, eu pensei a todo momento em parar porque perdi o chão naquela época, mas a minha família e o povo brasileiro me deram colo, a palavra certa é essa. A gente sabe que a carreira do Leonardo é por causa do alicerce que vem de Leandro & Leonardo. A gente sabe disso e não é à toa que dentro do show "30 Anos" canto vinte e cinco músicas de Leandro & Leonardo e só cinco do Leonardo porque é isso que o povo pede. Então, sou muito grato ao povo brasileiro e ao meu irmão Leandro, que esteve comigo por trinta e quatro anos. A gente às vezes chega a ser egoísta de reclamar demais, mas os anos que estivemos juntos aqui foram muito bem vividos.

PEDRO O tempo todo temi pelo pior. Desde o momento da notícia do acidente até cinco dias antes de ele sair da UTI do Hospital Sírio Libanês eu achava que poderia dar um revertério no quadro dele e acontecer o pior. Acho que foi ali mais uma vitória de Deus. Quem viu o Pedro nos primeiros dias do acidente como eu vi não dava nada por ele. Nada, nada. Entramos eu e o Zé na UTI lá em Goiânia e o Zé falou: É, pai, ele não vai dar conta. E deu conta! O moleque é forte, viu? Está bem hoje, está lá na EPTV, com a Aline, filha do Chitão, fazendo o programa "Mais Caminhos". Você olha pra ele e não acredita que esteja ali, bem, conversando, muito bem, graças a Deus mesmo!

FIM DE CARREIRA Cara, eu estava quase parando mesmo. Aí veio esse "Cabaré", estourou de novo, mas eu te confesso que ando muito cansado, com preguiça demais, e não sei se é o sistema que vai dando preguiça, eu acho que é, mas parar eu acho que não paro, não, mas a gente tem que dar uma diminuída. Este ano de 2015 eu achei que ia diminuir, mas o que fiz foi acelerar. Foi muito show, a gente tem que agradecer a Deus demais, porque a gente sabe da crise que atravessamos no nosso país.


Para encerrar o programa, entre brincadeiras e troca de presentes, cantaram como se fossem artistas de rua. O apresentador Rodrigo Faro ficou muito emocionado pela surpresa do presente, algo que ele queria muito, mas presenteados mesmo fomos nós, fãs. Em 2015 tivemos Leonardo na TV por apenas cinco vezes (Programa do Gugu, Domingão do Faustão, Mais caminhos, Acima de tudo o amor e Teleton). e foi muito bom fecharmos o ano com um programa de conteúdo bem diferente do que se costuma ver. Só tivemos algo assim em 1999, o maravilhoso Showcase, em que Leonardo fez uma retrospectiva de sua vida entre muitas imagens em situações inéditas também gravadas nos Estados Unidos. Bem poderiam vir outros programas assim.



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