ENTREVISTA AO "DIÁRIO DA MANHÃ"


Show

O filho do Avelino

Leonardo arrasta multidão em Pirenópolis


24/09/2005
Odersides Almeida
Da editoria do DM Revista, de Pirenópolis


Dois dias antes da apresentação de Leonardo no Canto da Primavera, em Pirenópolis, uma operação da Polícia Federal desmontou
um esquema de trabalho degradante em uma plantação de tomates na zona rural da cidade.
Leonardo não chegou a passar por uma situação extrema como essa,
mas o caso serve como referência para imaginar as dificuldades de quem também dependeu da colheita do tomate antes da fama.
Hoje ele é o cantor de maior sucesso no Brasil.
O que justifica as nove mil pessoas que cantaram junto com ele no festival em Pirenópolis.
Leonardo falou ao DM.


DM – Cantar em Goiás é diferente?
Leonardo – Cantar na minha terra é uma enorme satisfação. Eu já não sou tão grande assim, mas venho assim mesmo (risos). Tocar aqui em Goiás é sempre especial.

DM – Por que um novo disco de regravações?
Leonardo – O anterior foi a maior vendagem do ano passado (mais de 600 mil cópias) e muita música boa ficou de fora. É sempre complicado, nesse novo volume tinha umas 50 músicas e só gravei 15. Estamos no caminho de bater a marca do primeiro, já estamos trabalhando uma música, que é Pareço Um Menino, do Fábio Jr. Tem muita coisa dos anos 70, músicas que eu curtia. Quando morava em Goianápolis escutava muito essas músicas.

DM – Você despontou com seu irmão em formato de dupla sertaneja e hoje é considerado um cantor de música romântica. Foi um processo natural?
Leonardo – Desde quando eu fazia dupla com meu irmão, a gente nunca foi de gravar música caipira. Apesar de a gente ter vindo do campo, da lavoura, a gente teve sempre mais gosto pelas baladas românticas. Sempre fui muito inclinado pelo lado de Roberto Carlos, Amado Batista, Zé Augusto. Os maiores sucessos de Leandro e Leonardo sempre foram baladas. Vou gravar no final do ano um disco de inéditas, nessa praia romântica.

DM – E o projeto acústico?
Leonardo – Gravei no mês passado em São Paulo, com os maiores sucessos de Leandro e Leonardo, e vai ser lançado em novembro. Está bem legal, não vai ter reposição de voz em estúdio, nem nada. Do jeito que nós fizemos vai ser lançado. Foi uma exigência do diretor pra não ficar igual aos outros que vão para o estúdio e repõem voz em tudo. No nosso tem até microfonia.

DM – Você já assistiu ao filme 2 Filhos de Francisco?
Leonardo – Ainda não tive oportunidade. Estava conversando esses dias com o Zezé da boa aceitação do público e da crítica. Fiquei feliz: com o Zezé e o Lucinao acertando a mão nesse filme, o gênero sertanejo tende a crescer.

DM – Você tem uma trajetória semelhante, veio da roça, passou por Goiânia e aí estourou nacionalmente. Nunca recebeu propostas para filmar essa história?
Leonardo – Já tive algumas propostas. Depois do sucesso do 2 Filhos do Francisco é um caso a pensar. Eu conversei com o Zezé e disse pra ele que morria de medo. Disse: “Zezé, eu tenho medo por você”. Ele foi muito corajoso. Então vamos ver, se parecer uma proposta muito boa, quem sabe não rola aí um “Filho do Avelino” (risos).


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