ENTREVISTA AO PROGRAMA "GIRO DO GUERREIRO"
gravada no dia 15.07.2001 em Araçatuba, SP




Leonardo com Antônio Guerreiro durante a gravação



Guerreiro – Grande Leo! Ontem a gente se viu lá no Hopi Hare, hoje estamos aqui em Araçatuba. Você tem algum tempo para você? Algum tempo em que você diz que vai descansar, não vai aturar o “mala” do Guerreiro, não vai ficar dando entrevista, não vai fazer show?

Leo – Não, eu não acho “mala”, não. Eu acho o seguinte: Eu não tenho tempo para mim, pessoa pública... ele não manda nele. Eu ando a mando dos outros, vem pra cá, vai para ali... Mas eu acho bom. Gosto muito e quando eu falo que hoje é meu dia de folga, tem os parentes, tem os amigos mais íntimos... É isso aí, bicho.

G – Como é o Leonardo que ninguém conhece?

Leo – O Leonardo que ninguém conhece é um Leonardo muito tímido, vergonhoso demais.

G – Balada, festa, essas coisas, você costuma freqüentar?

Leo – Eu nunca fui de festas. Em São Paulo ninguém me vê em lugar nenhum. Nas revistas não sai a minha cara. Eu não vou.

G – Mas você é convidado para tudo...

Leo – Sou. Por exemplo, se você me convidar para uma festa na sua casa é diferente. Aí eu falo: Guerreiro, estou indo, então. Mas se você disser que vai ter uma festa na casa de alguém, vamos lá... Vou nada!

G – Tem algum lugar em São Paulo que você indique, que você ache bacana? Mesmo você não indo mas que você conheça, algum restaurante, qualquer lugar?

Leo – O Eco. Tem outro, onde fui depois do show do Credicard Hall, de uma menina lá... Esqueci o nome. Miguel Falabella vai muito lá. Como é o nome, gente?

G – Quatrino.

Leo – É isso.

G – Tem até um prato com o nome do Falabella.

Leo – É, comi o Falabella lá. (risos)

G – Estamos falando de um prato! Leo, muita gente considera o Miguel Falabella genial, muita gente considera problemático, na verdade eu acho que ele é um astro como você, ah, ah... rasgação de seda aqui ehn? Bonito! Depois você me dá aqueles cem contos que a gente combinou! Como é trabalhar com o Falabella?

Leo – O Falabella é muito exigente, é super profissional. Eu nunca tinha trabalhado com um diretor como o Falabella. Até nos ensaios do ballet ele vai e quer ver a banda ensaiar. É um diretor que eu tenho que tirar o chapéu pra ele, viu?

G – Você já levou bronca do Falabella?

Leo – Ah, já, ele já me chamou de preguiçoso: “Você devia expandir mais esse seu modo de cantar! Só quer cantar música sertaneja! Vamos cantar outras coisas!” Ah, deixa eu dormir, tem show demais esta semana ...

G – Essa coisa de superprodução não te assusta, não te prende um pouco ao menos no começo?

Leo – Assusta muito, eu fico com muito medo. Eu fico olhando aquilo tudo e pensando, puxa, isso tudo é pra mim? Onde é que eu fui chegar! Comecei brincando de cantar e de repente chego numa estrutura dessas, caríssima, vêm coisas de fora, de Las Vegas, aquelas coisas do povo voar vêm tudo de fora! Então você passa a imaginar que você realmente é importante.

G – Como é que faz para não subir à cabeça?

Leo – É só não se considerar. É fácil demais.

G – Mas tudo em volta colabora para que você se sinta o máximo, um monte de gente puxando o saco...

Leo – Um monte de puxa-saco dizendo que você é o bom, que você é o melhor... Tudo mentira, bicho, só para estar perto de você, e é preciso ter consciência de que atrás do morro tem um morro e nós somos simples mortais. A gente incorpora o artista no palco. Eu acho que o palco é meu, eu sou o dono daquilo ali, acabou, mas fora do palco, bicho, eu sou o Emival, lá da roça, filho da dona Carmem, amigo de todo mundo, e não tem nada a ver. Eu acho que artista é só no palco. Tem gente que não desce do tamanco hora nenhuma, não é? Desceu do palco é artista, vai para casa é artista... Eu não tenho saco para essas coisas, não, não dou conta desse povo enjoado, não.

G – Você consegue distinguir bem quem está do teu lado porque você é você de quem é seu amigo?

Leo – Com certeza. Na hora. Eu vou à casa do vagabundo sabendo.

G – Já teve alguém com quem você se desentendeu mesmo, um patife, canalhão, assim, tentando se dar bem em cima de você?

Leo – Eu não me desentendo com ninguém, não. Eu caço um jeito de sair fora, de desbaratinar ali, mas esse negócio de brigar... Não.

G – Você já brigou com alguém, assim de dar uma porrada?

Leo – Não, nunca, mas morro de vontade de dar porrada num monte de gente aí. Juro por Deus, bater até dizer chega.

G – E nunca fez?

Leo – Não, e nunca vou fazer. Fica só na vontade.

G – E nunca vai dizer em quem, não é?

Leo – Não, fico só na vontade.

G – E no hotel, o que você faz?

Leo – Não faço nada, fico deitado, descanso, vejo televisão e fico esperando a hora.

G – São vinte para as seis da tarde. Seu show é a que horas? Qual é o teu próximo compromisso?

Leo – Meu compromisso é à meia noite. Até lá eu vejo tudo que é novela, tudo que é programa de televisão.

G – De novela, qual você mais gosta no momento?

Leo – Nenhuma. É um saco!

G – Então por que você assiste?

Leo – Para ver menina bonita.

G – Diga uma.

Leo – Ah, Débora Secco é maravilhosa. Nossa! Mariana Ximenez também é o bicho! A Mônica Carvalho, maravilhosa!

G – É claro que eu sou um belíssimo apresentador, faço as melhores perguntas do mundo, sou o mais pimpão, o mais bacana...

Leo – O cabelo ajuda!

G – Dei uma grana para o chefe para ele me deixar falar isto aqui, mas na verdade é o seguinte: A gente tem melhores entrevistadores que eu, que são nossos queridos telespectadores, no seu caso as nossas queridas telespectadoras, que fizeram perguntas.

Fã 01 – Leonardo, é verdade que você teve um romance com a Xuxa?

Leo – Isso é a maior mentira que eu já vi na minha vida. Romance com a Xuxa? A Xuxa não quer saber de um cara como eu, baixinho, barrigudo, feio, pobre e roceiro.

G – E mentiroso!

Leo – Nunca que a Xuxa quer um cara como eu. Ela tem os homens mais bonitos do Brasil aos pés dela.

Fã 02 – Você já teve relacionamento com alguma mulher famosa?

Leo – Não, eu nunca tive relacionamento com artista famosa nenhuma. Para começar, eu não gosto desse povo, sabe? Esse negócio de artista famosa é só para dar dor de cabeça na gente.

Fã 03 – Leonardo, é verdade que suas ex-namoradas vivem te perseguindo?

Leo – Mentira. As ex-namoradas não querer nem ver a minha cara.

G – Deixa eu emendar uma pergunta: Por que?

Leo – Por que? Ah, sei lá, porque acabou, acabou, esse negócio de ex não existe. Ex é ex, acabou, não tem negócio de telefonema nem de oi. Se eu passar por ela nem olho.

Fã 04 – Leonardo, você é tão bonitinho, o que eu preciso fazer ou uma pessoa precisa fazer para conquistar teu coração?

Leo – Ah, para conquistar meu coração é a coisa mais fácil do mundo, minha filha. É só ser uma mulher bastante carinhosa, bastante, assim, honesta, não pôr chifre em mim, chifre pequeno, grande pode... E tem que ser casada... Só coisa que pode, um monte de coisa...

Fã 05 – Leonardo, qual seu prato predileto?

Leo – Duralex, aquele meio avermelhado. Eu gosto mais desse porque dura muito, dura... lex... Verdade, bicho!

G – Mas quando você compra desse prato e coloca comida dentro você come com pimenta ou não?

Leo – Muita pimenta.

G – Estamos chegando aqui no estacionamento do hotel. Há muitos fãs e só para encerrar essa participação do Leonardo, porque eu tenho que deixá-lo subir, tocar no Leandro, porque, é claro, ele está o tempo todo ao teu lado, é natural. A Lucinha Araújo, mãe do Cazuza, disse que, quanto mais o tempo passa, pior fica, não melhor fica. É isso mesmo?

Leo – Não, eu não concordo, não. Quanto mais o tempo passa vai amenizando mais, sabe? No começo você sofre muito, muito, muito, é uma dor assim que não dá para explicar, é uma coisa de doer mesmo, de você deitar e botar a cabeça no travesseiro e aquilo doer muito, o coração dói muito, uma dor estranha, esquisita, e é uma coisa que você sabe que não vai ter retorno jamais. Depois, com o passar do tempo, você começa a segurar, a lembrar das coisas boas. Hoje eu lembro do meu irmão em muitas coisas, contando piada, rindo do que ele fazia, porque deixava de fazer... Em cada gesto que alguém faz a gente lembra dele e comenta na hora, porque nós convivemos juntos o tempo inteiro. Eu, ele, o meu primo que está comigo há vinte anos e o que era secretário dele, que hoje trabalha comigo, que é nosso amigo de infância. Então tudo que a gente faz, ah, pareceu o Leandro, aquele cara ali falou igual ao Leandro... Então a gente lembra dele com muito carinho, com muito amor. Eu falo que sonho com ele direto, quase todas as noites. São sonhos maravilhosos. Eu acho que para a Lucinha Araújo, pode ser o jeito dela que ela pense assim, mas comigo aconteceu diferente. Graças a Deus a coisa amenizou bastante, a saudade ainda é muito forte, mas eu só rezo e agradeço a Deus por tudo que aconteceu. Deus sabe o que faz. Tem um pedido que o Leandro fez quando estava doente. Eu falei: Leandro, e aí? Se esse caso for complicando? Ele falou: “Ah, nós vivemos aqui nessa Terra uma vez só. Seja o que Deus quiser. Eu estou pronto para o que der e vier”. Parece que ele já estava sabendo o que ia acontecer, não é? Mas a coisa se agravou muito mais do que a gente imaginava.

G – Meu irmão, última coisa: Futuro. Leonardo, daqui a cinco anos onde você vai estar?

Leo – Não sei, eu posso estar morto, eu posso estar...

G – Cantando maravilhosamente bem...

Leo – Cantando... Eu não sei. Eu só sei desse momento aqui, tão bom, que eu estou com você, e agradeço a você por estar aqui. Quero desejar muita sorte para este programa, muito sucesso, muito êxito na tua vida e saúde para todo mundo que está vendo o programa. E o amanhã pertence a Deus.


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